Dados preliminares do Departamento de Alfândegas da China (GAAC, na sigla em inglês) apontam para alta de 27% no volume de soja adquirido pelo país do exterior em maio deste ano na comparação com igual mês do ano passado, para 9,4 milhões de toneladas, observa o banco alemão Commerzbank. “As importações em março e abril foram inferiores às previstas devido aos atrasos na colheita e no carregamento de soja no Brasil em virtude de fortes chuvas. Somente em abril foram transportadas grandes quantidades de soja do Brasil para a China, agora eles estão chegando aos seus destinos”, considera a analista de commodities agrícolas do banco, Michaela Kühl, em comentário diário enviado para clientes. A perspectiva de traders, segunda a instituição financeira, é de que as compras chinesas superem o patamar de 9 milhões de toneladas também em junho e julho.
A instituição financeira comenta também que, apesar de não terem sido recordes como as exportações brasileiras, muitos pedidos de comercialização da oleaginosa dos Estados Unidos foram reportados na semana passada. “Pensa-se que a maioria é da China – apesar dos relatos no início da semana passada de que o governo chinês havia instruído as empresas estatais a interromperem as compras nos EUA. No entanto, quase simultaneamente, houve relatos das primeiras compras chinesas, que também continuaram até o fim da semana”, acrescenta Michaela. Ela pontua que a China não é identificada claramente como destino de todos os pedidos, mas considera que muitas vendas relatadas para destinos não revelados são originadas pelo país asiático. “Desde o fim de maio, parece que a China encomendou cerca de 1,16 milhão de toneladas de soja nos EUA, principalmente para entrega no final do ano, quando a soja nos Estados Unidos tende a ser mais barata após a colheita da nova safra”, aponta Michaela.
Segundo a analista, a recuperação do real ante o dólar, que torna as vendas externas menos atraentes para os exportadores brasileiros, também contribuiu para a melhora da competitividade do grão norte-americano. “A forte demanda elevou o preço da soja nos Estados Unidos ao maior nível dos últimos dois meses atingindo US$ 8,735 por bushel na última sessão”, conclui Michaela. (AE)