Por Anna Flávia Rochas em 08/03/2018
A Moody’s Investors Services rebaixou os ratings corporativos da BRF de “Ba1” para “Ba2” na terça-feira (06), refletindo persistentes baixas métricas de crédito e expectativa de que uma recuperação na performance da empresa irá demorar mais que o inicialmente esperado.
A perspectiva para os ratings continua negativa.
“Entre os fatores que contribuíram para a deterioração da alavancagem e métricas da companhia estão os desembolsos relativos às atividades de fusões e aquisições, fracas margens em 2016 e 2017 após o aumento acentuado dos preços de milho no Brasil, assim como pobre performance operacional nos mercados doméstico e internacional, especialmente no Oriente Médio”, disse a Moody’s em relatório.
O endividamento da BRF medido por dívida líquida/EBITDA aumentou de 4,6x em 2016 para 5,6x em 2017.
Impacto da Operção Trapaça
A Moody’s considera que as três unidades de abate da BRF suspensas pelo governo brasileiro de exportar carnes para 12 países, como resultado da Operação Trapaça da Polícia Federal, representam um “pequeno impacto potencial de menos de 1% das exportações” da empresa, em volume.
As unidades investigadas estão localizadas em Rio Verde (GO), Mineiros (GO) e Carambeí (PR).
A agência de classificação de risco espera que as investigações conduzidas pela Polícia Federal, além das pressões para mudanças no Conselho de Administração da companhia, sejam uma distração num momento em que o foco da empresa deveria estar concentrado na execução para melhora do desempenho operacional.
A BRF reportou um prejuízo líquido de R$ 1,1 bilhão em 2017.