A resposta do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) quanto ao caso suspeito de vaca louca em Minas Gerais é daquelas obras de contorcionismo verbal que mal fala a verdade e não explica nada.
Pior, nas entrelinhas da nota de cinco linhas, divulgada ao final da quarta (1), deixa entender que só se manifestava porque a mídia vazou a informação da investigação e pressionou a pasta, o que só aumentou a insegurança do mercado.
Todo cuidado é pouco nas questões sanitárias, mas o mercado já precificava: os negócios no físico e nos futuros da B3 (B3SA3) despencaram. Nesta quinta (2) não deve ser diferente,
E mais: renova para os importadores a suspeita de que o Brasil estaria escondendo o jogo, ainda que só no apito final – o terceiro e derradeiro teste de contraprova – a notificação oficial seria conhecida.
Os rumores falavam em uma primeira testagem positiva e uma segunda negativa. Então haverá ou houve já uma terceira?
Mas o Mapa não disse nada, apesar de ser importante para se conhecer desde quando a investigação começou. Por que, se for mesmo confirmado, como ficou o comércio no período na região compreendida?
Quantos animais em suspeição? Foi em fazenda? Em confinamento? Em domínio de frigorífico? Foi feita alguma barreira sanitária enquanto se investiga? São respostas óbvias, mesmo preservando os nomes dos agentes.
Ventilou-se o nome do frigorífico Plena Alimentos, de Belo Horizonte, que Money Times foi o primeiro a noticiar, com a negativa da empresa de que estaria envolvido.
A obra do Mapa:
“Como membro da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), o Brasil adota os procedimentos de vigilância, investigação e notificações recomendadas pela instituição. Casos em investigação são corriqueiros dentro dos procedimentos de vigilância estabelecidos e medidas preventivas são adotadas imediatamente para garantir o controle sanitário. Uma vez concluído o processo em investigação, os resultados serão informados”.
(Money Times)