Os frigoríficos da Argentina abateram no terceiro trimestre deste ano o maior volume registrado no país desde 2009: 3,66 milhões de cabeças. Os dados foram divulgados segunda-feira, 7 de outubro, pela Câmara da Indústria e Comércio de Carnes e Derivados da República Argentina (Ciccra). O resultado representa crescimento de 9,3% ante igual período do ano passado, puxado pelo aumento das exportações do país, explica o relatório mensal da instituição.

De acordo com a Ciccra, a produção argentina de carne bovina com osso somou 2,28 milhões de toneladas de janeiro a setembro deste ano, aumento de 2,4 mil toneladas na comparação com igual intervalo de 2018. Desse montante, 1,71 milhão de toneladas foram destinadas ao mercado interno, queda de cerca de 9,6% na mesma base comparação. Com isso, a participação da demanda interna nas vendas de carne bovina com osso do país caiu 8 pontos percentuais, para 75% da produção escoada.

Do lado das exportações, o volume de carne bovina enviada pela indústria argentina ao mercado internacional em agosto deste ano foi de 53 mil toneladas, aumento de 51,2% ante agosto do ano passado. Supondo um desempenho semelhante em setembro, a Ciccra estima um  crescimento de 47,7% nas exportações de carne bovina da Argentina nos nove primeiros meses do ano, num volume avaliado em 570 mil toneladas. Se confirmado, o montante representará um recorde na série histórica, iniciada em 1996, elevando a participação das exportações nas vendas do setor em 8 pontos percentuais, para 25%.

Medidas em toneladas de carne bovina com osso, as exportações argentinas em agosto somaram 79 mil toneladas, crescimento de 48,4% na mesma comparação, e gerou divisas de US$ 291,1 milhões ao país em agosto, avanço de 63,3% ante igual período de 2018. O resultado financeiro, lembra a entidade, foi puxado também por um aumento de 10% no preço médio do produto argentino.

O forte crescimento das exportações, revela a Ciccra, tem se pautado na crescente demanda chinesa – o que eleva a dependência da indústria argentina de um único mercado. Comparando o desempenho das vendas internacionais registradas este ano com o desempenho de 2005, segundo melhor resultado da série histórica, a entidade ressalta que, naquele ano, o principal destino das exportações (Rússia) respondia por cerca de um terço das vendas. Este ano, contudo, a China já concentra quase 73% do total exportado pelo país. (Portal DBO)