Por Marco Guimarães – Administrador pela ESALQ/USP e trainee pela Agrifatto

 

Resumo da semana:

Além de janeiro acumular um número maior de despesas, tais como impostos, aquisição de materiais escolares e contas pelo período de festas, a sazonalidade da segunda metade do mês dificulta ainda mais o escoamento de carne no atacado neste momento.

Ao mesmo tempo, a oferta de boiadas se ajustou, principalmente pela inconstância das chuvas no Brasil Central, fazendo com que o pecuarista opte por deixar o animal no pasto a entregá-lo a preços menores.

As escalas de abate, quando comparadas às duas semanas precedentes, encurtaram. Assim, os preços pecuários se sustentaram, com pequenas variações em regiões específicas.

 

  1. Na tela da B3

Os contratos futuros do boi gordo na B3 iniciaram a quarta semana de janeiro com baixa liquidez, entretanto, a segunda-feira registrou os maiores valores da última semana, impulsionados pelo indicador Esalq/BM&F, que fechou a R$ 154,05/@ na sexta-feira (18/jan).

O vencimento de janeiro chegou a ser negociado em R$ 152,50/@ no dia 21/jan, mas encerrou a semana a R$ 151,70/@.

O vencimento de maio acompanhou a movimentação dos outros contratos, com o maior valor também registrado no último dia 21, a R$ 151,50/@. Esse contrato encerrou a sexta-feira a R$ 151,40/@.

O terceiro contrato futuro com maior liquidez tem vencimento em outubro, e oscilou entre R$ 156,50 e R$ 157,15/@, mas encerrou a última semana estável em R$ 157,00/@, mesmo valor semana anterior.

A média do indicador Cepea calculada para o valor de vencimento do contrato de janeiro começou a ser contabilizada na sexta-feira (25/jan), quando o indicador Esalq/BM&F registrou R$ 152,55/@. A liquidação do contrato futuro é feita pela média aritmética dos valores registrados nos últimos 5 (cinco) dias úteis do mês em questão usando-se o indicador do boi gordo calculado pelo Cepea.

 

  1. Enquanto isso, no atacado…

A queda da demanda interna repercutiu sobre os preços das proteínas no atacado. Tanto a carcaça casada quanto as principais substitutas (suína e frango) recuaram ao longo deste mês.

No acumulado de janeiro, a carne bovina recuou 6,34%. Já no comparativo semanal, a queda foi de 1,48%.

As cotações da carne suína e do frango recuaram 3,06% e 3,86% nos últimos 7 (sete) dias, respectivamente.

O preço da carcaça bovina casada no atacado encerrou a última semana cotada em R$ 9,97/kg. Já o quilo da carcaça suína especial e do frango resfriado ficaram em R$ 5,55 e R$ 4,11, respectivamente.

O spread (diferença de preços) entre a carne bovina no atacado e a arroba do boi gordo, que vinha trabalhando no campo positivo desde outubro/18, ficou rapidamente negativo a partir do dia 17/jan e encerrou a última semana a -3,33%.

 

  1. No mercado externo

Após iniciar a primeira semana de janeiro em ritmo acelerado, os embarques passaram por ajustes nas semanas subsequentes.

Nos 3 (três) primeiros dias úteis, os embarques diários registraram média diária de 6,42 toneladas. Na segunda e na terceira semanas, o ritmo caiu para 4,81 e 3,62 toneladas diárias, respectivamente.

No consolidado dos 13 (treze) primeiros dias úteis de janeiro, foram exportadas 61,42 mil toneladas de carne bovina in natura. Sendo assim, por dia foram embarcadas, em média, 4,72 toneladas.

Na tarde de hoje o MDIC (Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços) divulgará os dados da 4ª semana de janeiro.

E se o ritmo de embarques se mantiver, o volume exportado em janeiro deverá fechar em 103,92 mil toneladas, o que representaria um importante avanço de 4,50% ante janeiro/18.

Para 2019 as perspectivas são positivas, com possibilidade de renovação de recordes. Para mais detalhes sobre as exportações ao longo de 2018 e perspectivas para este ano basta clicar aqui.

 

  1. O destaque da semana:

As exportações de janeiro vêm recuando semana a semana. O movimento é sazonal.

Entre a primeira e a terceira semanas houve um recuo de 43,6% no volume médio diário embarcado.

Destaca-se ainda o lento consumo interno deste mês e o resultado é o escoamento ainda mais lento de carne bovina do atacado, dificultando evoluções dos preços da arroba.

A baixa pluviosidade registrada em dezembro no Brasil Central deve prejudicar a oferta de gado terminado a pasto ao longo dos próximos três meses, o que pode se tornar um fator de suporte, apesar do período de safra.

 

  1. E o que está no radar…

A grande volatilidade do indicador do boi gordo e a baixa liquidez dos contratos dificultaram a precificação do mercado futuro neste início de 2019.

O fechamento de janeiro levará em conta os valores entre sexta (25) e quinta-feira (31). Assim, o mercado futuro e o físico devem se aproximar ao longo dos próximos dias, posto que encerraram a última quinta-feira com uma diferença de 2,75/@.

Enquanto o indicador Esalq/BM&F ficou em R$ 154,70/@, o contrato futuro de janeiro fechou em R$ 151,70/@. Por isso, esta semana promete grandes movimentações de preços nesses mercados.

Um abraço e até a próxima semana!