(Reuters) – A economia brasileira praticamente ficou estagnada no final de 2017, pior que o esperado e para fechar o ano com expansão de 1 por cento, indicando que a recuperação poderá ser menos intensa em 2018 mesmo após viver dois anos seguidos de forte recessão.
Consumo das famílias, serviços e a indústria desaceleraram com força a expansão no quarto trimestre do ano passado, mas os investimentos aceleraram um pouco o ritmo de crescimento.
No quarto trimestre do ano passado, o Produto Interno Bruto (PIB) do país mostrou expansão de 0,1 por cento sobre os três meses anteriores, quando houve crescimento de 0,2 por cento na mesma base de comparação, mostrou nesta quinta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Sobre o quarto trimestre de 2016, o crescimento foi de 2,1 por cento.
Pesquisa da Reuters com analistas mostrou que, pela mediana, as expectativas eram de expansão de 0,4 por cento do PIB no quarto trimestre de 2017 em relação ao terceiro e de 2,5 por cento sobre um ano antes. Para 2017 fechado, as contas apontavam crescimento de 1,1 por cento.
Segundo o IBGE, o consumo das famílias mostrou expansão de 0,1 por cento entre outubro e dezembro passados, na margem, e de 1 por cento em 2017 todo. No terceiro trimestre sobre o período anterior, a expansão havia sido mais forte, de 1,1 por cento, perdendo ímpeto mesmo com a inflação e juros baixos e certa recuperação do emprego.
A indústria também perdeu fôlego, com crescimento de 0,5 por cento no trimestre passado sobre 1 por cento entre julho e setembro passados.
No mesmo período o setor de serviços mostrou expansão de 0,2 por cento sobre 0,6 por cento de crescimento no terceiro trimestre.
O setor agropecuário, que contribuiu fortemente para a retomada econômica no ano passado, ficou estagnado no trimestre passado, mas saltou 13 por cento em 2017 fechado por conta da supersafra, melhor desempenho da série histórica iniciada em 1996.
A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), uma medida de investimentos, aumentou 2 por cento no trimestre passado, na margem, depois crescer 1,8 por cento no período anterior. No ano fechado, no entanto, encolheu 1,8 por cento, fazendo com que a taxa de investimento recuasse a 15,6 por cento do PIB, abaixo do observado no ano anterior (16,1 por cento) e a menor desde 2000.
Para este ano, as estimativas apontam avanço do PIB geral ainda maior. Pesquisa Focus do Banco Central, que ouve semanalmente uma centena de economistas, mostra que as expectativas são de crescimento de 2,89 e 3 por cento em 2018 e 2019, respectivamente.