O nervosismo em torno dos juros norte-americanos voltou a pressionar o mercado financeiro nesta segunda-feira (5). O dólar ultrapassou a barreira de R$ 5 e fechou no nível mais alto em quase um mês. A bolsa de valores caiu quase 3% e atingiu o menor nível desde o início de janeiro.
O dólar comercial encerrou esta segunda vendido a R$ 5,115, com alta de R$ 0,127 (+2,54%). A cotação operou em alta durante toda a sessão. Na máxima do dia, por volta das 12h, chegou a R$ 5,13.
A moeda norte-americana está no valor mais alto desde 12 de maio, quando tinha fechado em R$ 5,14. A divisa acumula alta de 7,6% em junho, tendo subido 7% somente nos últimos seis pregões. Em 2022, o dólar cai 8,27%.
O mercado de ações também teve um dia turbulento. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 102.598 pontos, com recuo de 2,73%. O indicador foi influenciado pelas bolsas norte-americanas, que também tiveram forte queda. O Ibovespa está no nível mais baixo desde 10 de janeiro.
Amanhã (14) e quarta-feira (15), o Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) reúne-se para decidir os juros básicos dos Estados Unidos. Com a inflação no maior nível em 40 anos, por causa da guerra entre Rússia e Ucrânia e dos gargalos na produção global decorrentes da pandemia de covid-19, parte dos investidores acredita que a taxa poderá ser elevada em 0,75 ponto percentual, mais que as últimas elevações, de 0,5 ponto.
Altas de juros maiores que o esperado poderão causar recessão na economia norte-americana. Isso derrubou as bolsas dos Estados Unidos, provocando um efeito dominó que arrastou o mercado financeiro global. O índice Dow Jones, das empresas industriais, caiu 2,79%. O Nasdaq, das empresas de tecnologia, teve forte perda de 4,68%. O S&P 500, das 500 maiores empresas, recuou 3,88% nesta segunda.