(Reuters) – A recuperação lenta do mercado de trabalho e as incertezas deixaram os consumidores brasileiros cautelosos e a confiança voltou a piorar em agosto, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta sexta-feira.
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) recuou 0,4 ponto em agosto ante o mês anterior para 83,8 pontos, depois de ter interrompido em julho série de três quedas seguidas.
“Diante da lenta recuperação do mercado de trabalho, do alto nível de incerteza, do risco de aceleração da inflação e das dificuldades de se alcançar o equilíbrio orçamentário familiar, os consumidores mantêm uma postura conservadora e cautelosa quanto aos gastos discricionários. Este desânimo terá um efeito redutor sobre o consumo das famílias ao longo do segundo semestre”, explicou em nota a coordenadora da Sondagem do Consumidor, Viviane Seda Bittencourt.
No mês, o Índice de Situação Atual (ISA) caiu 2,7 pontos e foi a 71,4 pontos, mas o Índice de Expectativas (IE) mostrou melhora pelo segundo mês seguido ao subir 1,1 ponto e chegar a 93,0 pontos.
O que mais contribuiu para a piora da confiança como um todo foi o recuo da satisfação com a situação financeira familiar para o menor patamar desde agosto de 2017.
Com o país ainda patinando para engrenar um ritmo mais intenso de atividade econômica, as atenções agora recaem na eleição presidencial em outubro.
As preocupações eleitorais já levaram o dólar para a casa dos 4 reais nos últimos dias, com receios de uma eleição de um governo menos comprometido com reformas.