A BRF S.A. teve um prejuízo líquido de R$ 812 milhões no terceiro trimestre, refletindo maiores despesas e impactos da variação cambial, conforme informou em resultado divulgado na manhã de quinta-feira (08).
A empresa teve despesas não recorrentes de R$ 188 milhões no período atreladas à Operação Carne Fraca, efeitos da greve dos caminhoneiros, reestruturação corporativa entre outros fatores.
A receita líquida somou R$ 8,8 bilhões, alta de 0,4% em relação ao mesmo período do ano passado, apesar de um recuo de 3% no volume comercializado no período.
Ajustes de preços de produtos colaboraram para garantir o leve aumento de receita e mitigar em parte a elevação de 45% nos preços de grãos usados para nutrição animal nos últimos 12 meses.
Por outro lado, o reajuste de preço provocou uma queda 0,7 ponto percentual na participação de mercado total da companhia no Brasil, para 45,8%. Segundo a BRF, competidores de menor porte não acompanharam os ajustes de preço na mesma intensidade e conseguiram aumentar suas respectivas participações de mercado.
O EBITDA (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) ajustado da empresa caiu 35,7%, para R$ 604 milhões.
A desvalorização do dólar no terceiro trimestre afetou o endividamento líquido da companhia, que totalizou R$ 16,3 bilhões no período. A alavancagem medida por dívida líquida/EBITDA subiu para 6,74 vezes, ante 4,69 vezes ao final do terceiro trimestre do ano passado.
A BRF disse que o nível de alavancagem deverá cair até o final do ano se a taxa de câmbio se mantiver no nível entre R$3,70 a R$3,80 por dólar. (AE)