Milho

O relatório desta semana do Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária) destaca o recuo no último mês da paridade do milho daquele estado. Ou seja, o valor médio pago pelo cereal exportado caiu.

Segundo o Imea, a paridade de exportação recuou 6,22% nos últimos 30, com o valor caindo para R$ 21,22/sc. O principal fator fica o câmbio – caindo 3,77% no mesmo período.

E assim, o grão no MT terminou a última semana 1,73% menor com parcial em R$ 21,11/sc.

Recentemente, a valorização dos prêmios nos portos e a recuperação dos preços em Chicago ajudam a reajustar novamente para cima as cotações no MT.

Além disso, o recuo naquele estado enquanto o indicador do CEPEA tem fortalecimento, amplia o basis entre as praças, o que também colabora para a perspectiva de correções para cima do cereal mato-grossense.

E ainda, o novo Fundo Estadual e Transporte e Habitação (Fethab) agora inclui o milho entre as matérias-primas taxadas, adicionando novo fator para alterar positivamente o valor final do cereal.

E é entre esses e outros fatores que o valor do milho ganha força. O último indicador do CEPEA renova a máxima e alcança R$ 39,64/sc (+1,95%) – retornando aos maiores níveis em 4 meses (desde final de set/18).

Boi gordo

A virada de mês deve movimentar o mercado físico do boi gordo, permitindo avanços da arroba nas praças onde a oferta é menor.

Na maioria das regiões, as programações de abate estão abaixo de 6 dias. Em São Paulo e Mato Grosso do Sul, estão em 4,8 e 5,6 dias, respectivamente.

Assim, um aumento do escoamento da carne no atacado, impulsionado por um aumento sazonal do consumo interno e uma aceleração do ritmo das exportações, pode pressionar a indústria a originar volumes maiores de animais e, consequentemente, valores maiores para o boi gordo.

As exportações de carne bovina in natura aceleraram ao longo da última semana. No consolidado de janeiro (18 dias úteis), foram embarcadas 88,35 mil toneladas, gerando uma receita de US$ 330,94 milhões.

E se o ritmo médio exportado se repetir ao longo desta semana, serão enviadas 107,98 mil toneladas, o que representaria o segundo maior volume exportado em janeiro, ficando atrás apenas de janeiro/2007.

Ontem (28/jan), o indicador Esalq/BM&F ficou em R$ 151,60/@, recuo diário de 0,62%. No mercado futuro da B3, os contratos para janeiro e maio encerraram o dia negociados a R$ 152,45/@ (0,43%) e R$ 150,40/@ (sem variação), respectivamente.

Após encerrar a última semana com o menor valor (R$ 9,97/kg) desde novembro/18, a carne bovina no atacado ensaia uma recuperação na virada deste mês. Ontem a carcaça casada estava cotada em R$ 10,02/kg.

Soja

O mercado da oleaginosa deve esfriar nos próximos dias, com o recuo do câmbio e a cautela dos investidores em Chicago retirando a inclinação vendedora no país. Neste cenário, há fatores que podem se alterar rapidamente, tais como os prêmios nos portos e a CBOT.

O dólar recua 0,70% na parcial desta manhã (29/jan) – após praticamente 4 pregões andando de lado – em torno de R$ 3,77 – agora o mercado em aversão ao risco cai próximo a R$ 3,74.

Em Chicago também se registram ajustes negativos nesta manhã, mas em intensidade menor do que o câmbio. Já que o USDA deve divulgar ainda nesta semana novos dados atualizados (após período de paralisação de parte do governo).

A expectativa é que o montante de novas informações (especialmente de novos embarques com a soja norte-americana) possa oferecer fôlego as cotações em Chicago.

E ainda, amanhã (30/jan) as negociações entre os EUA e a China devem ser retomadas em Washington. A expectativa segue para avanços das negociações, embora admite-se dificuldades de acordo entre os dois países.

Os prêmios nos portos brasileiros também ganham fôlego na medida em que se amplia o volume de soja disponível para exportação. E o contrato para março/19 já alcança US$ 0,55/bushel – maior valor em quase 2 meses.

Para engrossar o caldo há novas informações do Imea, exportações, preços no mercado físico e perspectivas para o valor da soja brasileira. Falaremos na atualização de amanhã (30/jan).

Cotações parciais

Boi gordo
Jan/19: 152,00 / -0,70
Fev/19: 152,00 / -0,45
Mar/19: 152,05 / 0,00
Mai/19: 150,00 / -0,50
Out/19: 156,50 / -0,30

Milho
Mar/19: 40,96 / 0,00
Mai/19: 39,21 / 0,10
Jul/19: 35,30 / 0,00
Set/19: 35,50 / 0,05

Soja – B3
Mar/19: 22,36

Soja – Mini contrato – CME (B3)
Mar/19: 19,83 / 0,00
Mai/19: 20,01 / 0,00
Jul/19: 20,30 / 0,00

Soja – CBOT
Mar/19: 921,00 / -2,25
Mai/19: 934,50 / -2,50
Jul/19: 947,25 / -2,50
Ago/19: 952,50 / -2,00

Dólar comercial: 3,74

Dólar Futuro
Fev/19: 3738,00 / -25,00
Mar/19: 3746,50 / -23,50
Abr/19: 3749,50 / 0,00