Milho

Em Chicago, as cotações dos contratos de milho acumularam alta de 14% nos últimos 30 dias, com as altas motivadas pelos problemas climáticos durante o plantio do cereal.

Ao longo deste mês, as valorizações foram expressivas, com as cotações alcançando patamares acima de US$ 4,50/bushel a partir da metade de junho.

Mas no pregão de hoje, as variações mostram realização de lucros, e devolvem parte dos ganhos obtidos nas últimas semanas. As quedas nesta manhã (26/jun) ficam ao redor de 4,0 cents/bushel (equivalente a -0,6%).

Após precificar os problemas do início da temporada, o mercado deve se voltar cada vez mais para o desempenho das culturas ao longo do ciclo, e com o início desafiador desta nova safra, os riscos são maiores para o estabelecimento do potencial produtivo.

No curtíssimo prazo, podem acontecer correções negativas das cotações em Chicago, e combinado com a oferta do milho safrinha no Brasil, os preços de balcão no mercado doméstico também podem passar por ajustes.

Boi gordo

O aumento da liquidez no mercado pecuário subiu as indicações de compra da indústria no início desta semana.

A necessidade dos frigoríficos em adquirir matéria-prima para preencher as escalas de abate e atender a maior demanda sazonal no início de julho, fizeram com que as ofertas de compra aumentassem na maioria das praças pecuárias.

Na média das praças levantadas pela Agrifatto, a arroba a prazo subiu 0,62% desde o final da semana passada. O destaque fica para Goiás, onde as cotações aumentaram 2,44% no mesmo comparativo.

As escalas de abate seguem trabalhando abaixo da média, e não devem permitir um arrefecimento da arroba no curtíssimo prazo. Em horizonte mais longo, a oferta de animais deve diminuir, permitindo novos avanços para o animal terminado.

Ontem (25/jun), o indicador Esalq/B3 ficou em R$ 153,50/@, alta de 1,55% no comparativo diário.

No mercado futuro da B3, os contratos responderam positivamente ao balcão sustentado. O vencimento junho/19 subiu 0,30% e fechou em R$ 152,95/@. Já o contrato para outubro/19 avançou 0,31% e encerrou o dia em R$ 164,25/@.

No atacado, a carcaça casada bovina acumula alta semanal de 0,62% e está cotada em R$ 10,52/@. O spread (diferença de preços entre a carne bovina do atacado e a arroba do boi gordo) está em 2,80%.

Soja

As cotações da soja também passam por correções em Chicago, caindo 2,50 cents/bushel (equivalente a -0,20%).

Os recuos são técnicos, após volatilidade causada pelos problemas climáticos nos EUA. Aliás, os problemas já refletem em números menores nos relatórios de acompanhamento das lavouras norte-americanas.

Além disso, o mercado também está atento aos mapas climáticos, que apontam tempo mais estável ao longo dos próximos dias – um cenário que pode permitir avanços mais expressivos para os trabalhos em campo.

Vale destacar que o plantio com a soja caminhou pouco na última semana, avançando em 6 p.p. de acordo com o último relatório do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).

Adiciona-se ainda como fator de cautela, o encontro entre Donald Trump e Xi Jinping na reunião do G-20 no Japão – o evento acontecerá na sexta (28) e no sábado (29).

A retórica comercial entre os dois países prolonga-se desde o 1º trimestre de 2018, com acirramento das disputas nas últimas semanas. Neste sentido, espera-se que o novo encontro possa esfriar a temperatura e levar a uma retomada das negociações.