A confiança do consumidor recuou 2,5 pontos em maio ante abril, na série com ajuste sazonal, informou há pouco a Fundação Getulio Vargas (FGV). O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) passou de 89,4 pontos em abril para 86,9 pontos em maio. O índice está 4,4 pontos acima do registrado em maio do ano passado. Segundo a FGV, com a queda em maio, o ICC atingiu o menor nível desde outubro de 2017, quando registrou 85,8 pontos.

“A confiança dos consumidores cai pelo segundo mês consecutivo retornando a níveis observados no último trimestre de 2017. A perda de otimismo atinge consumidores de todas as classes de renda e capitais e parece estar bastante relacionada às piores avaliações em relação às perspectivas para o emprego nos próximos meses”, diz Viviane Seda Bittencourt, coordenadora da Sondagem do Consumidor no Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.

A queda da confiança foi puxada pela piora das expectativas em relação aos meses seguintes, uma vez que o Índice da Situação Atual (ISA) subiu 0,9 ponto, para 77,2 pontos, o Índice de Expectativas (IE) recuou 4,8 pontos, ao passar de 99,0 para 94,2 pontos. Segundo a FGV, a maior contribuição para a queda do ICC em maio veio do indicador que mede o ímpeto de compras de bens duráveis, que caiu 8,4 pontos, para 81,4 pontos.

“A diminuição do ímpeto de compras de bens duráveis pelo segundo mês consecutivo retrata um consumidor preocupado com a dificuldade de se conseguir [ou manter] emprego e com a repercussão da instabilidade do ambiente político sobre as perspectivas econômicas do país” afirma Viviane Seda Bittencourt, ainda na nota oficial.

Os indicadores do ICC que medem a percepção sobre a economia pioraram em maio. O índice que mede o grau de satisfação atual com a situação da economia recuou pelo segundo mês consecutivo, para 82,0 pontos, o menor nível desde novembro de 2017 (80,6). O indicador que mede o otimismo com a evolução da economia nos próximos seis meses caiu 3,6 pontos, para 107,1 pontos, menor nível desde agosto de 2017 (105,7 pontos).

Já os indicadores do ICC que investigam a percepção em relação às finanças da própria família tiveram comportamento divergente. A satisfação dos consumidores com a situação financeira atual da família subiu 2,9 pontos, para 72,7 pontos. O indicador que mede o otimismo em relação às finanças pessoais nos próximos meses recuou 1,6 ponto, para 94,8 pontos.

Segundo a FGV, a análise do ICC de maio desagregada por classes de renda “reforça o resultado volátil” dos últimos meses. “Houve queda da confiança em todas as classes de renda, exceto para as famílias com renda até R$ 2.100,00, que já tinha caído fortemente no mês anterior [14,1 pontos]”, diz a nota da entidade.

A Sondagem do Consumidor coletou informações de 1.805 domicílios entre 2 e 19 de maio. (AE)