O Rabobank espera um reaquecimento na demanda brasileira por carnes após o pico nos casos do novo coronavírus no país e com o relaxamento das medidas de isolamento social, disse o analista de proteína animal do banco, Wagner Yanaguizawa, em podcast nesta semana.
O Rabobank estima que o pico de casos diários da doença no Brasil ocorra ainda em junho. Se isso ocorrer, um processo de flexibilização das medidas de isolamento social é esperado para os próximos 2 a 3 meses.
“A demanda reprimida pontual pode dar um pouco de impulso momentâneo aos preços e uma normalização da demanda (é esperada) no último trimestre”, disse Yanaguizawa.
A postergação no pico dos casos de coronavírus no Brasil poderá impactar a previsão para retomada do consumo.
O aumento dos casos de covid-19 no Brasil tem levado à suspensão de atividades de frigoríficos temporariamente, mas o Rabobank não espera que a produção de carnes brasileira sofra os mesmos efeitos verificados nos Estados Unidos.
“Os casos (de fechamento de plantas), em tese, ainda são poucos e não esperamos que o impacto seja tão grande, como aconteceu nos EUA”, disse Yanaguizawa.
A produção de carnes brasileira está espalhada por plantas menores, com maior diversificação geográfica, e empresas conseguem redirecionar produção para unidades próximas em caso de fechamento de determinada planta.
Já nos EUA, a estrutura de produção de carnes está concentrada em grandes unidades de processamento, com um número maior de funcionários, e a parada de uma planta geralmente causa grandes disrupções na oferta de carnes no mercado. (CarneTec)