As margens do produtor rural brasileiro são competitivas internacionalmente mesmo com a alta de custos causada pela valorização de insumos, em especial o fertilizante, afirma o chefe de Equity Research da XP para o Agronegócio, Alimentos e Bebidas, Leonardo Alencar. Nesta sexta-feira, durante o evento KPMG Connect: Perspectivas e desafios para o Agronegócio em 2022, ele disse: “A vantagem do Brasil é ter custo de produção mais baixo do que outras regiões, então quando o custo com fertilizante, combustíveis ou mão de obra sobe, nós temos vantagens competitivas.”
Para ele, a margem do produtor nacional este ano deve ser menor do que em 2021, mas ainda historicamente boa. “Nos Estados Unidos, a sinalização é de margem praticamente zerada por conta dos fertilizantes. O Brasil sai de margens excelentes para mais espremidas, mas ainda boas.”
Um dos fatores de alta nos custos de produção é o avanço da taxa básica de juros Selic, que voltou aos dois dígitos. Alencar destaca, porém, que o agronegócio pode sentir menos isso porque o mercado de dívidas se desenvolveu, portanto, há mais possibilidades de crédito. “A emissão de Certificado de Recebíveis do Agronegócio aumentou muito, e tem também o Fiagro”, afirmou. “O mercado do agronegócio está se desenvolvendo. Observamos os bancos se aproximando mais.”
(AE)