Marco Guimar\u00e3es \u00e9 administrador pela Esalq\/USP e trainee pela Agrifatto<\/span><\/i><\/p>\n
O percentual de fam\u00edlias endividadas cresceu pelo terceiro m\u00eas consecutivo e atingiu 62,4% das fam\u00edlias em mar\u00e7o deste ano, segundo a Confedera\u00e7\u00e3o Nacional do Com\u00e9rcio de Bens, Servi\u00e7os e Turismo (CNC).<\/span><\/p>\n
Entre dezembro\/18 e mar\u00e7o\/19, passou de 59,8 para 62,4%, atingindo o maior valor desde setembro\/15, quando ficou em 63,5%.<\/span><\/p>\n
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O cart\u00e3o de cr\u00e9dito \u00e9 o principal meio de alavancagem, estando presente em 78,0% das fam\u00edlias. Na sequ\u00eancia, vem o carn\u00ea e o financiamento de carro, com 14,4 e 10,0%, respectivamente.<\/span><\/p>\n
A parcela m\u00e9dia da renda comprometida com d\u00edvida \u00e9 de 29,1%, valor esse abaixo da m\u00e9dia dos \u00faltimos 5 (cinco) anos, que \u00e9 30,1%. Dentre as fam\u00edlias com contas em atraso, o porcentual com at\u00e9 30 dias \u00e9 de 22,8%, ante 24,1% de m\u00e9dia (5 anos).<\/span><\/p>\n
Entretanto, a parcela de fam\u00edlias que n\u00e3o ter\u00e3o condi\u00e7\u00e3o de pagar as contas atrasadas ficou em 9,4% em mar\u00e7o, enquanto a m\u00e9dia entre 2015 e 2019 foi de 9,2%. Em mar\u00e7o de 2015, por exemplo, esse indicador estava em 6,2%.<\/span><\/p>\n
O gr\u00e1fico 2 evidencia a evolu\u00e7\u00e3o da taxa de desemprego e as fam\u00edlias com contas atrasadas entre janeiro de 2013 e fevereiro deste ano, em pontos percentuais.<\/span><\/p>\n
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A correla\u00e7\u00e3o entre a taxa de desemprego e o atraso das contas \u00e9 alta, ficando em 87,6% entre os dados analisados. Ou seja, os cortes de renda pelo desemprego implicam, em quase 90% dos casos, em inadimpl\u00eancia.<\/span><\/p>\n
Entretanto, as taxas de desemprego apresentam um movimento sazonal. Elas avan\u00e7am entre janeiro e mar\u00e7o e recuam a partir do segundo trimestre. As exce\u00e7\u00f5es foram no auge da crise econ\u00f4mica, em 2015 e 2016, quando as taxas de desocupa\u00e7\u00e3o seguiram crescendo.<\/span><\/p>\n
Neste ano, a expectativa \u00e9 que o desemprego respeite a sazonalidade, o que pode levar a trajet\u00f3ria de queda a partir de abril, mas ainda mantendo n\u00edveis hist\u00f3ricos altos e comprometendo o padr\u00e3o de consumo.<\/span><\/p>\n
Para voltar aos n\u00edveis mais baixos dever\u00e1 levar um tempo maior, dada a falta de confian\u00e7a do setor produtivo em ampliar a produ\u00e7\u00e3o e a contrata\u00e7\u00e3o de funcion\u00e1rios antes da aprova\u00e7\u00e3o de reformas, em especial a da Previd\u00eancia.<\/span><\/p>\n
Al\u00e9m disso, as empresas brasileiras consumiram seu capital de giro nos \u00faltimos anos como um mecanismo de sobreviv\u00eancia. Isso deve retardar ainda mais a retomada da recupera\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica, mesmo que reformas importantes sejam avalizadas pelo Congresso.<\/span><\/p>\n
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E como fica o consumo de carne bovina?<\/b><\/p>\n
A carne bovina tem uma alta elasticidade-renda de demanda para a popula\u00e7\u00e3o de baixa renda, que \u00e9 a mais afetada pelo desemprego e endividamento.<\/span><\/p>\n
Trocando em mi\u00fados, a expans\u00e3o da renda tem um impacto direto sobre o consumo de carne bovina da popula\u00e7\u00e3o com menor renda. E dada a crise econ\u00f4mica enfrentada nos \u00faltimos anos, o consumo de carne bovina resiste em avan\u00e7ar.<\/span><\/p>\n
Isso acontece porque a carne bovina \u00e9, em m\u00e9dia 65,2 e 141,2% mais cara que as carnes su\u00edna e de frango, respectivamente (segundo levantamento entre 2015 e 2018).<\/span><\/p>\n
Assim, apesar do bom ritmo das exporta\u00e7\u00f5es dessa prote\u00edna, que acumulou o maior volume dos \u00faltimos 12 anos no primeiro trimestre deste ano, a representatividade dos embarques ao exterior \u00e9 de aproximadamente 22% da carne bovina produzida, com o consumo interno fragilizado predominando negativamente sobre as cota\u00e7\u00f5es.<\/span><\/p>\n
Para a popula\u00e7\u00e3o desempregada e\/ou endividada, um aumento do consumo de carne bovina n\u00e3o deve estar entre as prioridades no curto-prazo, e dever\u00e1 acontecer na esteira da recupera\u00e7\u00e3o dos principais indicadores econ\u00f4micos, que devem mostrar resultados melhores a partir do 2\u00ba semestre.<\/span><\/p>\n
Al\u00e9m disso, vai depender tamb\u00e9m da recomposi\u00e7\u00e3o do capital de giro das empresas, respons\u00e1veis por contratar pessoas.<\/span><\/p>\n
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Marco Guimar\u00e3es \u00e9 administrador pela Esalq\/USP e trainee pela Agrifatto O percentual de fam\u00edlias endividadas cresceu pelo terceiro m\u00eas consecutivo e atingiu 62,4% das fam\u00edlias em mar\u00e7o deste ano, segundo a Confedera\u00e7\u00e3o Nacional do Com\u00e9rcio de Bens, Servi\u00e7os e Turismo (CNC). Entre dezembro\/18 e mar\u00e7o\/19, passou de 59,8 para 62,4%, atingindo o maior valor desde […]<\/p>\n