{"id":4742,"date":"2019-02-04T14:37:14","date_gmt":"2019-02-04T16:37:14","guid":{"rendered":"http:\/\/blog.agridata.agr.br\/?p=4742"},"modified":"2019-02-04T14:37:14","modified_gmt":"2019-02-04T16:37:14","slug":"fatto-pecuario-12-analise-semanal-sobre-o-mercado-do-boi","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/blog.agridata.agr.br\/fatto-pecuario-12-analise-semanal-sobre-o-mercado-do-boi\/","title":{"rendered":"Fatto Pecu\u00e1rio #12 – An\u00e1lise Semanal sobre o mercado do boi"},"content":{"rendered":"

Resumo da semana:<\/em><\/strong><\/p>\n

A demanda por carne bovina enfraqueceu em janeiro, refletindo queda do boi casado no atacado e press\u00e3o negativa sobre o spread da ind\u00fastria (diferen\u00e7a de pre\u00e7os entre a carne bovina e a arroba do boi gordo). J\u00e1 o ritmo das exporta\u00e7\u00f5es se manteve praticamente dentro das expectativas. <\/em><\/p>\n

Do outro, a oferta de animais prontos tamb\u00e9m recuou, em consequ\u00eancia do per\u00edodo de forte estiagem nas principais regi\u00f5es produtoras. A oferta restrita reflete sobre as programa\u00e7\u00f5es de abate mais curtas, que sustentaram o mercado – aproximando os diferenciais de base e indicando mercado mais sustentado nos pr\u00f3ximos dias.<\/em><\/p>\n

Dado o cen\u00e1rio, as ind\u00fastrias fazem compras de modo compassado, de modo a pressionar em menor intensidade a arroba do bovino terminado ao mesmo tempo em que oferta carne para o atacado alinhado com o ritmo do mercado interno.<\/em><\/p>\n

\u00a0<\/em><\/p>\n

    \n
  1. Na tela da B3<\/em><\/strong><\/li>\n<\/ol>\n

    Na \u00faltima semana houve a liquida\u00e7\u00e3o do contrato futuro com o vencimento de jan\/19 em R$ 152,79\/@. Ao longo do \u00faltimo m\u00eas, as cota\u00e7\u00f5es praticamente preservaram equil\u00edbrio em dois patamares diferentes. Na primeira metade de janeiro, os valores oscilaram ao redor de R$ 152,30\/@. Na 2\u00ba metade do m\u00eas, houve ligeiro recuo em torno de R$ 151,70\/@.<\/p>\n

    J\u00e1 nos \u00faltimos dias, os patamares mais altos foram recuperados. Destaca-se que varia\u00e7\u00f5es expressivas para o indicador tamb\u00e9m colaboraram para ampliar a volatilidade em bolsa.<\/p>\n

    E o vencimento para fevereiro, que vinha sendo pouco negociado, j\u00e1 viu sua liquidez melhorar – tend\u00eancia que continuar\u00e1 ao longo do m\u00eas, ajustando sua curva. Fev\/19 encerrou a semana passada em R$ 151,30\/@.<\/p>\n

    O contrato futuro para maio, que iniciou 2019 a R$ 152,35\/@, vem recuando semana-a-semana e fechou a sexta-feira (01\/fev) em R$ 150,05\/@.<\/p>\n

    Com a acomoda\u00e7\u00e3o dos contratos em patamares inferiores, a op\u00e7\u00e3o de venda (PUT) encareceu. Por exemplo, dia 02\/jan uma PUT com strike em R$ 146,00\/@ custava R$ 0,89\/@. No dia 01\/fev, nas mesmas condi\u00e7\u00f5es, o custo passou para R$ 1,37\/@.<\/p>\n

     <\/p>\n

      \n
    1. Enquanto isso, no atacado…<\/strong><\/li>\n<\/ol>\n

      Ap\u00f3s recuar nas 4 (quatro) primeiras semanas de janeiro, a carca\u00e7a casada bovina passou por valoriza\u00e7\u00f5es na semana passada, motivada principalmente pela sazonalidade do consumo maior de carne bovina na primeira metade de cada m\u00eas.<\/p>\n

      No comparativo entre as quintas-feiras (24 e 31\/jan), o pre\u00e7o da carne bovina no atacado avan\u00e7ou 1,00%. Na contram\u00e3o do boi, a cota\u00e7\u00e3o das principais prote\u00ednas alternativas, o frango e o su\u00edno, recuou 0,85% e 1,26%, respectivamente.<\/p>\n

      Ao longo de janeiro, a carca\u00e7a casada bovina se desvalorizou 5,40%, passando de R$ 10,65 para R$ 10,07\/kg. A carne de frango e a su\u00edna recuaram 4,35% e 12,88% no mesmo per\u00edodo, e encerraram janeiro cotadas em R$ 4,07\/kg e R$ 5,48\/kg, respectivamente.<\/p>\n

      O spread<\/em> (diferen\u00e7a de pre\u00e7os) entre a carne bovina no atacado e a arroba do boi gordo, que vinha trabalhando no campo positivo desde outubro\/18, ficou negativo a partir da segunda metade de janeiro e encerrou o \u00faltimo dia \u00fatil do m\u00eas em -1,47%. Entretanto, na m\u00e9dia mensal o spread<\/em> ainda conseguiu se manter positivo em 1,16%.<\/p>\n

      A valoriza\u00e7\u00e3o em maior intensidade da carne no atacado na pr\u00f3xima semana pode diminuir o spread<\/em> ou at\u00e9 traz\u00ea-lo para o campo positivo novamente, posto que arroba do boi gordo segue firme, mas sem muito espa\u00e7o para avan\u00e7os consider\u00e1veis.<\/p>\n

       <\/p>\n

        \n
      1. No mercado externo<\/strong><\/li>\n<\/ol>\n

        As exporta\u00e7\u00f5es de carne bovina in natura<\/em> referentes aos embarques de janeiro\/19 contabilizaram um volume total de 102,43 mil toneladas e uma receita de US$ 382,95 milh\u00f5es.<\/p>\n

        A m\u00e9dia di\u00e1ria registrada foi de 4,66 mil toneladas, recuo de 26,52% em rela\u00e7\u00e3o ao m\u00eas anterior e alta de 3,0% frente \u00e0 m\u00e9dia di\u00e1ria do mesmo per\u00edodo de 2018.<\/p>\n

        O pre\u00e7o m\u00e9dio por tonelada foi de US$ 3.748,40, recuo de 1,65% em rela\u00e7\u00e3o a dezembro\/18 e queda de 12,39% quando comparado com janeiro\/18.<\/p>\n

        A queda do valor m\u00e9dio da tonelada exportada pode ser explicada pela mudan\u00e7a no mix<\/em> exportado. Com o mercado interno mais aquecido no fim do ano passado, houve prefer\u00eancia dos frigor\u00edficos por comercializar produtos de maior valor agregado ao consumidor dom\u00e9stico. Assim, as vendas externas entre novembro e dezembro, que se traduzem em embarques em janeiro, refletem produtos de menor valor agregado, refletindo em pre\u00e7os m\u00e9dios negativos. \u00c9 o que explica a forte queda observada na compara\u00e7\u00e3o anual de pre\u00e7os m\u00e9dios.<\/p>\n

        Janeiro confirmou o sazonal recuo dos embarques – com volume menor frente ao embarcado em dezembro de 2018. Mas as expectativas seguem positivas para 2019, com retorno da R\u00fassia e continuidade do protagonismo da \u00c1sia nas importa\u00e7\u00f5es.<\/p>\n

        Para mais detalhes sobre as exporta\u00e7\u00f5es ao longo de 2018 e perspectivas para este ano basta clicar aqui.<\/a><\/p>\n

         <\/p>\n

          \n
        1. O destaque da semana:<\/strong><\/li>\n<\/ol>\n

          As escalas de abate encurtaram e est\u00e3o nos menores patamares desde a primeira metade de setembro\/18. No final da semana, as programa\u00e7\u00f5es de abate em S\u00e3o Paulo e Mato Grosso do Sul atendiam a 6,3 e 5,5 dias, respectivamente. Em Goi\u00e1s e Mato Grosso, estavam em 6,1 e 4,9 dias.<\/p>\n

          Ap\u00f3s um dezembro de pouca chuva nas principais pra\u00e7as pecu\u00e1rias, diminuindo a oferta de pastagem, janeiro trouxe condi\u00e7\u00f5es ligeiramente melhores, mas o fato \u00e9 que a disponibilidade de animais prontos neste momento ficou comprometida pelas condi\u00e7\u00f5es de clima mais dif\u00edceis ocasionadas pelo forte veranico entre dezembro e janeiro que acometeu o Brasil Central.<\/p>\n

          A oferta menor dificulta a origina\u00e7\u00e3o por parte das ind\u00fastrias, que compram compassadamente para diminuir a press\u00e3o positiva sobre a arroba.<\/p>\n

          \u00a0<\/strong><\/p>\n

            \n
          1. E o que est\u00e1 no radar…<\/strong><\/li>\n<\/ol>\n

            Janeiro encerrou com alta de 4,65% ante a refer\u00eancia do CEPEA para o mesmo m\u00eas em 2018, abaixo do desempenho registrado para o \u00cdndice Gral de Pre\u00e7os \u2013 Disponibilidade Interna (IGP-DI), que nos \u00faltimos 12 meses acumula alta de 7,10%. A rela\u00e7\u00e3o representa perda de valor real para o boi gordo e mostra que, apesar de o mercado estar mais firme e otimista, a corre\u00e7\u00e3o dos pre\u00e7os reais do boi gordo via ciclo pecu\u00e1rio ainda n\u00e3o refletiu sobre os pre\u00e7os.<\/p>\n

            A menor oferta de pastagens esfriou a procura por reposi\u00e7\u00e3o, fazendo com que a rela\u00e7\u00e3o de troca do boi gordo por bezerro, na maioria das pra\u00e7as, melhorasse ligeiramente em janeiro. Em S\u00e3o Paulo, por exemplo, a rela\u00e7\u00e3o de troca entre dezembro e janeiro passou de 1,98 para 2,02.<\/p>\n

            Nos pr\u00f3ximos meses, principalmente com a queda gradativa do pre\u00e7o do boi gordo ao longo da safra de capim e uma maior procura pelas categorias de reposi\u00e7\u00e3o, a rela\u00e7\u00e3o de troca deve passar por ajustes.<\/p>\n

            O pecuarista deve ficar atento \u00e0 aquisi\u00e7\u00e3o da reposi\u00e7\u00e3o, posto que \u00e9 o principal custo da atividade.<\/p>\n

             <\/p>\n

              \n
            1. Como fica o longo-prazo<\/strong>?<\/strong><\/li>\n<\/ol>\n

              H\u00e1 oportunidades no radar via mercado futuro, considerando o comportamento hist\u00f3rico do boi gordo.<\/p>\n

              Em anos de fase de alta de ciclo pecu\u00e1rio, a alta m\u00e9dia entre o per\u00edodo de safra e entressafra \u00e9 de 7,7%. Isso levaria a arroba a R$ 163,00 em S\u00e3o Paulo na m\u00e9dia do segundo semestre (entressafra).<\/p>\n

              Entretanto, at\u00e9 alcan\u00e7ar seu \u00e1pice, a fase de alta do ciclo tem rea\u00e7\u00f5es mais brandas nos primeiros anos de ocorr\u00eancia.<\/p>\n

              Al\u00e9m disso, h\u00e1 de se combinar tal indicador com o contexto econ\u00f4mico vigente.<\/p>\n

              Observando a hist\u00f3ria e considerando a ocorr\u00eancia de uma fase de alta de ciclo pecu\u00e1rio ocorrida concomitantemente a um per\u00edodo de reformas e recupera\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica no Brasil, \u00e9 poss\u00edvel tomar como baliza o per\u00edodo de 96-2000 para projetar uma alta m\u00e9dia poss\u00edvel para o boi gordo em seu primeiro poss\u00edvel ano de fase de alta do atual ciclo pecu\u00e1rio.<\/p>\n

              Com alta m\u00e9dia de 4,0% observada naquele per\u00edodo, isso levaria a um pre\u00e7o inicial poss\u00edvel de R$ 157,00\/@. H\u00e1 de se considerar que o mercado pecu\u00e1rio no per\u00edodo era completamente diferente: outra realidade de consumo interno e externo, bem como outro perfil pecu\u00e1rio.<\/p>\n

              Entretanto, o exerc\u00edcio \u00e9 v\u00e1lido para criar patamares poss\u00edveis de valoriza\u00e7\u00e3o para o boi gordo em um cen\u00e1rio de recupera\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica versus<\/em> fase de alta de ciclo.<\/p>\n

               <\/p>\n

              Um abra\u00e7o e at\u00e9 a pr\u00f3xima semana!<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

              Resumo da semana: A demanda por carne bovina enfraqueceu em janeiro, refletindo queda do boi casado no atacado e press\u00e3o negativa sobre o spread da ind\u00fastria (diferen\u00e7a de pre\u00e7os entre a carne bovina e a arroba do boi gordo). J\u00e1 o ritmo das exporta\u00e7\u00f5es se manteve praticamente dentro das expectativas. Do outro, a oferta de […]<\/p>\n

              Leia mais<\/i><\/a><\/p>","protected":false},"author":2,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_exactmetrics_skip_tracking":false,"_exactmetrics_sitenote_active":false,"_exactmetrics_sitenote_note":"","_exactmetrics_sitenote_category":0,"footnotes":""},"categories":[1],"tags":[],"class_list":["post-4742","post","type-post","status-publish","format-standard","hentry","category-sem-categoria"],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/blog.agridata.agr.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/4742","targetHints":{"allow":["GET"]}}],"collection":[{"href":"https:\/\/blog.agridata.agr.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/blog.agridata.agr.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/blog.agridata.agr.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/blog.agridata.agr.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=4742"}],"version-history":[{"count":1,"href":"https:\/\/blog.agridata.agr.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/4742\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":4743,"href":"https:\/\/blog.agridata.agr.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/4742\/revisions\/4743"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/blog.agridata.agr.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=4742"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/blog.agridata.agr.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=4742"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/blog.agridata.agr.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=4742"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}