{"id":22262,"date":"2022-01-10T11:03:02","date_gmt":"2022-01-10T13:03:02","guid":{"rendered":"http:\/\/blog.agridata.agr.br\/?p=22262"},"modified":"2022-01-10T11:03:02","modified_gmt":"2022-01-10T13:03:02","slug":"fatto-pecuario-150-analise-semanal-sobre-o-mercado-pecuario","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/blog.agridata.agr.br\/fatto-pecuario-150-analise-semanal-sobre-o-mercado-pecuario\/","title":{"rendered":"Fatto Pecu\u00e1rio #150\u2013 An\u00e1lise semanal sobre o mercado Pecu\u00e1rio"},"content":{"rendered":"
Yago Travagini \u00e9 economista e consultor de mercado pela Agrifatto<\/em><\/h6>\n
Laura Rezende \u00e9 m\u00e9dia veterin\u00e1ria e consultora pela Agrifatto<\/em><\/h6>\n
J\u00e9ssica Huescar \u00e9 m\u00e9dica veterin\u00e1ria e trainee pela Agrifatto<\/em><\/h6>\n
Ant\u00f4nio Costa \u00e9 estagi\u00e1rio pela Agrifatto<\/em><\/h6>\n
\u00a0<\/em><\/h6>\n

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Resumo da semana:<\/strong><\/h6>\n
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Com a retomada das exporta\u00e7\u00f5es para a China, o clima de otimismo tomou conta do mercado do boi gordo<\/strong>. A expectativa de maior escoamento de carne bovina para as exporta\u00e7\u00f5es fez com que o pre\u00e7o do animal pronto para o abate se valorizasse no mercado f\u00edsico. No estado de S\u00e3o Paulo, o boi gordo ficou avaliado na m\u00e9dia de R$ 323,84\/@, valoriza\u00e7\u00e3o de 3,12% no comparativo semanal. Vale lembrar que na \u00faltima ter\u00e7a-feira (21\/12) a cota\u00e7\u00e3o chegou a um novo recorde nominal no Cepea, sendo cotado a R$ 327,75\/@.<\/h6>\n
A reposi\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m passa por um momento de alta nos pre\u00e7os, invernistas est\u00e3o mais confiantes na venda do animal pronto para o abate e as condi\u00e7\u00f5es das pastagens j\u00e1 \u00e9 boa em grande parte do Brasil. O bezerro<\/strong> se valorizou pela terceira semana consecutiva no Mato Grosso do Sul, fechando \u00faltima semana a um pre\u00e7o m\u00e9dio de R$ 3.009,43\/cab, valoriza\u00e7\u00e3o de 1,16% no per\u00edodo.<\/h6>\n
Preocupa\u00e7\u00f5es com as perdas de safra no sul do Brasil causadas pela seca fez com que os pre\u00e7os do milho<\/strong> avan\u00e7assem no mercado f\u00edsico, no Rio Grande do Sul (tradicionalmente o principal estado produtor da primeira safra do cereal) estima-se que pelo menos 40% da produ\u00e7\u00e3o estimada seja perdida. Em Campinas\/SP o cereal ficou cotado a um pre\u00e7o m\u00e9dio de R$ 88,67\/sc, valoriza\u00e7\u00e3o de 1,23% ante a semana retrasada.<\/h6>\n
Com o d\u00f3lar se sustentando e o avan\u00e7o dos futuros na bolsa de Chicago, influenciado pelo clima seco na Am\u00e9rica do Sul, a soja<\/strong> passou por uma semana de valoriza\u00e7\u00e3o. No Porto de Paranagu\u00e1\/PR, a oleaginosa superou a m\u00e1xima dos \u00faltimos 45 dias e finalizou a quinta-feira cotada a R$ 174,44\/sc, com um pre\u00e7o m\u00e9dio na semana de R$ 173,07\/sc, alta de 2,53% no comparativo semanal. O movimento altista tamb\u00e9m foi visto em um dos seus principais derivados, o farelo de soja, que avan\u00e7ou 3,77% e ficou avaliado em R$ 2.392,51\/t.<\/h6>\n
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1. O boi gordo na B3<\/strong><\/h6>\n
\u00a0<\/strong>Pouca mudan\u00e7a de cen\u00e1rio da semana passada para esta semana.<\/h6>\n
O \u00fanico detalhe que vale destaque e que d\u00e1 ainda mais sustenta\u00e7\u00e3o para que o boi gordo permane\u00e7a em patamares elevados \u00e9 a valoriza\u00e7\u00e3o da carca\u00e7a casada no atacado paulista, que saiu do patamar de R$ 19,00\/kg ao fim da semana passada e ultrapassou os R$ 20,00\/kg nesta semana. No entanto, cabe a ressalva de que isso n\u00e3o \u00e9 motivado pela melhora de demanda interna e sim por escassez ainda maior da oferta, ocasionada pela volta chinesa ao mercado brasileiro.<\/h6>\n
Mesmo com a adi\u00e7\u00e3o deste fator positivo para a sustenta\u00e7\u00e3o dos pre\u00e7os, ainda ponderamos o que avaliamos na semana passada, a janela de comercializa\u00e7\u00e3o de gado gordo est\u00e1 aberta na B3:<\/h6>\n
\u201cDiante da atual precifica\u00e7\u00e3o dos futuros e com o frigor\u00edfico ainda relativamente \u201cconfort\u00e1vel\u201d em suas escalas, n\u00e3o visualizamos motivo para acelerar as vendas neste momento. A tend\u00eancia \u00e9 que a partir da pr\u00f3xima semana os frigor\u00edficos venham a sofrer maiores apertos em suas programa\u00e7\u00f5es de abate e consequentemente a B3 responda transpondo os R$ 342,00\/@, e, esse seria o primeiro acionamento de comercializa\u00e7\u00e3o para aqueles que fecharam 50% dos animais quando recomendados a R$ 330,00\/@.<\/h6>\n
\"\"<\/h6>\n
Fonte: Cepea;<\/h6>\n
E por que R$ 342,00\/@? Pois negociar nesse patamar \u00e9 negociar dentro de um pre\u00e7o competitivo com Uruguai e Argentina no valor de US$ 60,00\/@, sendo assim, para os que j\u00e1 travaram 50% dos animais do 1\u00ba trimestre, a comercializa\u00e7\u00e3o pode ser dividida em 10% a cada R$ 3,00\/@ de valoriza\u00e7\u00e3o, come\u00e7ando no patamar de R$ 342,00\/@ atrav\u00e9s da venda de futuros. Para os que n\u00e3o realizaram nenhum tipo de trava, o mercado ressaltamos que no patamar atual de R$ 338,50\/@ o mercado j\u00e1 precifica a China, e garantir esse n\u00edvel de pre\u00e7o acreditamos ser interessante para grande parte dos pecuaristas brasileiros. Ou seja, essa opera\u00e7\u00e3o consistiria na venda de futuros de boi gordo para os vencimentos de jan\/22, fev\/22 e mar\/22 de maneira particionada e buscando fazer um pre\u00e7o m\u00e9dio.<\/h6>\n
Para os mais conservadores e com fluxo de caixa mais apertado, as op\u00e7\u00f5es simples ainda continuam caras, mas que podem proteger valores interessantes que n\u00e3o eram cogitados h\u00e1 sete dias atr\u00e1s. \u00c9 poss\u00edvel comprar PUTs para o primeiro trimestre de 2022 com strike nos R$ 305,00\/@ a um custo m\u00e9dio de R$ 3,51\/@. No entanto, considerando tal precifica\u00e7\u00e3o acreditamos que a opera\u00e7\u00e3o de COLLAR \u00e9 mais interessante no momento atual, visto que \u00e9 poss\u00edvel adquirir PUTs com strike nos R$ 320,00\/@ gastando cerca de R$ 0,10\/@ em conjunto com a venda de CALLs com strike nos R$ 355,00\/@, considerando que a possibilidade de rompermos e mantermos o patamar de R$ 355,00\/@ \u00e9 baixa, essa \u00e9 uma boa opera\u00e7\u00e3o para aqueles com um perfil mais conservador e que busquem realizar o travamento via op\u00e7\u00f5es.<\/h6>\n
Assim como listamos na semana passada, reiteramos nesta semana, no espectro especulativo acreditamos que a possibilidade de compra de futuros \u00e9 o que faria mais sentido neste momento. A entrada no vencimento para fev\/22 no patamar de R$ 337,00\/@ ainda reservaria boa probabilidade de ganhos, principalmente caso o rompimento do patamar de R$ 340,00\/@ seja executado.\u201d<\/h6>\n
O mercado do boi gordo ainda continua aquecido, mas perde um pouco da sua pot\u00eancia de alta, j\u00e1 que ainda h\u00e1 d\u00favidas se a balan\u00e7a de oferta e demanda se equilibraria a um patamar acima dos R$ 335,00\/@.<\/h6>\n
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2. Enquanto isso, no atacado…<\/strong><\/h6>\n
Com os frigor\u00edficos habilitados China com apetite grande para atender o gigante asi\u00e1tico, o volume de carne bovina disponibilizada ao mercado interno se reduziu, desta forma, visualizamos mais uma vez a movimenta\u00e7\u00e3o da carca\u00e7a casada no atacado paulista sustentada pela escassez de oferta, j\u00e1 que, quando olhamos pelo prisma da demanda interna, o consumo ainda continua fraco. Com esse cen\u00e1rio, a carca\u00e7a casada bovina encerrou a semana com alta de 2,88%, sendo negociada em m\u00e9dia a R$ 19,66\/kg na semana, e h\u00e1 espa\u00e7o para que encerra o ano acima dos R$ 20,00\/kg.<\/h6>\n
J\u00e1 no mercado atacadista do frango em S\u00e3o Paulo, a desvaloriza\u00e7\u00e3o das cota\u00e7\u00f5es cessou e estabilizou no R$ 6,37\/kg ap\u00f3s caminhar quase 4 meses em queda. Comparada a suas concorrentes substitutas, as prote\u00ednas bovina e su\u00edna, a competitividade dos pre\u00e7os est\u00e1 fortemente a favor do frango, principalmente com o natal \u201cbatendo \u00e0 porta\u201d, \u00e9poca que naturalmente aumenta a procura por cortes de aves.<\/h6>\n
No setor suin\u00edcola, as cota\u00e7\u00f5es registradas permaneceram praticamente est\u00e1veis essa semana, apresentando apenas valoriza\u00e7\u00e3o de 1,18% no comparativo semanal, e encerrando a sua refer\u00eancia em m\u00e9dia de R$ R$ 9,83\/kg. O volume de vendas concretizadas fluiu bem no atacado e no varejo, foram consideradas boas, que \u00e9 o esperado nesta \u00e9poca de final do ano de festividades que culturalmente a procura pela prote\u00edna su\u00edna tamb\u00e9m aquece.<\/h6>\n
De modo geral, com o mercado atacadista est\u00e1 aquecido pelo per\u00edodo sazonal de encerramento do ano de 2021, no entanto, a descapitaliza\u00e7\u00e3o do consumidor brasileiro ainda penaliza a precifica\u00e7\u00e3o de todas as prote\u00ednas animais.<\/h6>\n
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3. No mercado externo<\/strong><\/h6>\n
No mercado externo o destaque dessa semana vai para os dados divulgados pelo GACC (Administra\u00e7\u00e3o Geral de Alf\u00e2ndegas da China) referente a importa\u00e7\u00e3o de carne bovina da China em nov\/21.<\/h6>\n
Foram 180,85 mil toneladas de prote\u00edna bovina desembarcada em solo chin\u00eas no m\u00eas passado, uma queda de 13,08% no comparativo mensal e o menor resultado dos \u00faltimos cinco meses. O maior \u201cculpado\u201d dessa redu\u00e7\u00e3o \u00e9 o Brasil, que viu a entrada de sua prote\u00edna reduzir 43,86% no comparativo mensal, chegando a um total de \u201capenas\u201d 41,66 mil toneladas, o pior desempenho dos \u00faltimos 21 meses. \u00b4<\/h6>\n
E quem surfou nessa sa\u00edda brasileira foi Argentina e Uruguai, que viram suas participa\u00e7\u00f5es sobre o total importado crescerem 11 e 7 p.p. no comparativo entre set\/21 e nov\/21. Ou seja, dois meses ap\u00f3s os chineses consolidarem o bloqueio a carne bovina brasileira, somente agora isso \u00e9 demonstrado com dados do governo chin\u00eas. Com a retomada das compras dos chineses para a carne bovina brasileira a partir do dia 15\/12\/2021, a tend\u00eancia \u00e9 que os n\u00fameros de dez\/21 e jan\/22 ainda n\u00e3o fiquem abaixo da m\u00e9dia do que fora registrado durante todo o ano de 2021.<\/h6>\n
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Fonte: GACC;<\/h6>\n
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4.O destaque da semana<\/strong><\/h6>\n
Ap\u00f3s a volta chinesa os frigor\u00edficos que estavam confort\u00e1veis e com escalas alongadas, com foco em atender principalmente o mercado interno, na \u00faltima semana j\u00e1 come\u00e7aram a demonstrar interesse na compra de animais para exportar para a China, aumentando as ofertas pelos animais que atendiam aos padr\u00f5es chineses. O pecuarista, por sua vez, diminuiu o interesse na venda dos animais com expectativa de que a arroba se valorize ainda mais e venha a comercializar a melhores pre\u00e7os. Assim, observamos uma semana com valoriza\u00e7\u00e3o da arroba no mercado f\u00edsico, menor volume de neg\u00f3cios realizados e encurtamento das escalas nos frigor\u00edficos.<\/h6>\n
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Fonte: Cepea; Elagro; Agrifatto;<\/h6>\n
E esse desempenho forte nos \u00faltimas dias pode ser explicado pela boa competitividade que o boi gordo brasileiro alcan\u00e7ou frente aos seus principais concorrentes. O Brasil fecha o ano com seu animal custando em m\u00e9dia US$ 3,79\/kg, valorizando 7,93% no comparativo com jan\/21. Essa movimenta\u00e7\u00e3o t\u00edmida para cima destoa dos demais competidores, como Uruguai, Argentina e Austr\u00e1lia que viram seus bovinos valorizarem mais de 32% nos \u00faltimos doze meses.<\/h6>\n
Com o d\u00f3lar no patamar de R$ 5,70 ainda sobra espa\u00e7o para que o boi gordo brasileiro se valorize e continue competitivo frente aos seus principais competidores. A origina\u00e7\u00e3o de prote\u00edna bovina por parte dos importadores deve ficar mais atenta a movimenta\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os do boi gordo no Brasil, que est\u00e1 sendo estimulado pelo d\u00f3lar. A grande trava para que o boi gordo consiga avan\u00e7ar ainda mais em sua caminhada de valoriza\u00e7\u00e3o neste momento \u00e9 o mercado interno que sofre para conseguir pagar mais de R$ 20,00\/kg na carca\u00e7a casada.<\/h6>\n
Agrifatto<\/h6>\n
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