{"id":17407,"date":"2021-03-15T17:43:49","date_gmt":"2021-03-15T20:43:49","guid":{"rendered":"http:\/\/blog.agridata.agr.br\/?p=17407"},"modified":"2021-03-15T17:43:49","modified_gmt":"2021-03-15T20:43:49","slug":"fatto-pecuario-117-analise-semanal-sobre-o-mercado-pecuario","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/blog.agridata.agr.br\/fatto-pecuario-117-analise-semanal-sobre-o-mercado-pecuario\/","title":{"rendered":"Fatto Pecu\u00e1rio #117 \u2013 An\u00e1lise semanal sobre o mercado Pecu\u00e1rio"},"content":{"rendered":"
Yago Travagini \u00e9 economista e consultor de mercado pela Agrifatto<\/span><\/em>
\nCaroline Matos \u00e9 zootecnista e trainee pela Agrifatto<\/span><\/em>
\nBruna Giacon \u00e9 graduanda em agronomia e estagi\u00e1ria pela Agrifatto<\/span><\/em><\/h6>\n
Resumo da semana:<\/span><\/strong><\/h6>\n
A semana se encerrou com o pre\u00e7o do boi gordo se mantendo est\u00e1vel. A dificuldade em encontrar animais aptos para o abate continua a ditar a firmeza do animal. A valoriza\u00e7\u00e3o do d\u00f3lar frente ao real (superando os R$ 5,70) deu for\u00e7as para as vendas destinadas ao mercado externo, e unido ao retorno chin\u00eas, o pre\u00e7o boi gordo no mercado f\u00edsico manteve acima dos R$ 300,00\/@. Na m\u00e9dia semanal o animal ficou cotado \u00e0 R$ 300,90\/@, com desvaloriza\u00e7\u00e3o de 0,26% frente a semana anterior. Cabe \u00e0 ressalva que a procura pelo animal com tipifica\u00e7\u00e3o de exporta\u00e7\u00e3o para a China aumentou, e com isso, o pr\u00eamio China est\u00e1 de volta, com esses animais saindo por at\u00e9 R$ 310,00\/@.<\/span><\/h6>\n
\nCom a colheita prejudicada devido ao clima chuvoso na maioria das regi\u00f5es produtoras do pa\u00eds, a soja brasileira bate recorde nos pre\u00e7os. A oleaginosa encerrou a semana cotada \u00e0 R$ 174,34\/sc no Porto de Paranagu\u00e1\/PR, obtendo valoriza\u00e7\u00e3o de 4,11% no comparativo semanal. Com a cota\u00e7\u00e3o do d\u00f3lar superando R$ 5,70 e o atraso da colheita, o pre\u00e7o da soja continua a avan\u00e7ar mesmo na safra. Apesar da perspectiva de finaliza\u00e7\u00e3o da colheita da oleaginosa nas pr\u00f3ximas semanas, a manuten\u00e7\u00e3o dos pre\u00e7os acima dos R$ 160,00\/sc \u00e9 esperada pelos sojicultores que focam nos trabalhos de campo. Por outro lado, quem est\u00e1 sentindo os efeitos iniciais da maior produ\u00e7\u00e3o \u00e9 o farelo de soja, que registrou queda de 7,87% na semana, fechando a sexta-feira nos R$ 2.356\/t, menor valor desde o fim de dezembro\/20.<\/span><\/h6>\n
\nSeguindo o mesmo ritmo da soja, as cota\u00e7\u00f5es de milho na semana tamb\u00e9m foram recordes. O cereal fechou a sexta-feira cotado \u00e0 R$ 89,07\/sc, valorizando 4,29% quando comparado a sexta-feira retrasada. Os pre\u00e7os s\u00e3o sustentados pelas incertezas no campo e pelo d\u00f3lar. Com um ritmo ainda lento da colheita da soja, a semeadura da segunda safra de milho (safrinha) tamb\u00e9m segue atrasada, grande parte do plantio est\u00e1 sendo realizado fora da janela ideal para a cultura, gerando especula\u00e7\u00f5es sobre as condi\u00e7\u00f5es das lavouras e consequentemente do pre\u00e7o futuro.<\/span><\/h6>\n
\nAl\u00e9m dessas, a commodity que n\u00e3o abre espa\u00e7o para quedas \u00e9 o petr\u00f3leo WTI. A cota\u00e7\u00e3o do betuminoso bateu na sexta-feira o valor de US$ 66,26\/barril, subindo 7,69% frente a sexta-feira da semana retrasada, atingindo o maior valor desde outubro\/18. O movimento da OPEP+ em manter os cortes na produ\u00e7\u00e3o de petr\u00f3leo surpreendeu o mercado, que esperava uma revis\u00e3o dos cortes e um aumento de produ\u00e7\u00e3o. Diante deste movimento, a press\u00e3o sobre os combust\u00edveis no Brasil deve continuar de maneira cada vez mais intensa nas pr\u00f3ximas semanas.<\/span><\/h6>\n

 <\/p>\n

1. Na tela da B3<\/span><\/strong><\/h6>\n
Sustentado pela movimenta\u00e7\u00e3o do d\u00f3lar e das exporta\u00e7\u00f5es, o boi gordo fechou mais uma semana com alta na B3. O contrato com vencimento para maio\/21 obteve valoriza\u00e7\u00e3o de 2,65% no comparativo semanal, fechando a sexta-feira cotado \u00e0 R$ 299,75\/@. Al\u00e9m deste, outro contrato que acelerou de maneira mais intensa e vai pela primeira vez no ano abrindo um \u00e1gio para as cota\u00e7\u00f5es no mercado f\u00edsico \u00e9 o outubro\/21. Tal contrato encerrou a semana com alta de 4,57% em rela\u00e7\u00e3o a sexta-feira passada, ficando cotado \u00e0 R$ 315,80\/@.<\/span><\/h6>\n
\nA perspectiva de melhora no fluxo de neg\u00f3cios de carne bovina, atraiu maior volume de neg\u00f3cios na B3 tamb\u00e9m. O total de contratos negociados cresceu 5,82% na \u00faltima semana, chegando a 23,14 mil contratos em aberto (futuros + op\u00e7\u00f5es), o maior volume das \u00faltimos cinco semanas. Sendo que as op\u00e7\u00f5es foram as respons\u00e1veis por este aumento, voltando a apresentar um volume de contratos abertos maior que os futuros.<\/span><\/h6>\n
\nO crescente interesse pelas op\u00e7\u00f5es \u00e9 liderado pela CALLs que continuaram a crescer na \u00faltima semana, atingindo um volume de 8,12 mil CALLs em aberto no fim da semana passada, 30,83% maior que na semana retrasada. Este \u00e9 o maior volume de op\u00e7\u00f5es de compra em aberto desde o final de novembro\/20. Cabe a ressalva que a opera\u00e7\u00e3o que aparenta mais estar sendo utilizada neste momento \u00e9 uma opera\u00e7\u00e3o estruturada, a CALL Spread, onde o mesmo operador compra e vende uma call, com o intuito de gastar menos com o pr\u00eamio de compra da CALL e ainda assim se proteger de uma poss\u00edvel alta.<\/span><\/h6>\n
\nA movimenta\u00e7\u00e3o dos players na \u00faltima semana \u00e9 que pode confirmar essa opera\u00e7\u00e3o. Isso por que os dois players que mais compraram CALLs na \u00faltima semana (PJs n\u00e3o financeiras e Investidores Institucionais) foram tamb\u00e9m os que mais venderam, aumentando assim apenas o volume negociado no mercado. Com este aumento, as CALLs j\u00e1 representam 61% do total de op\u00e7\u00f5es em aberto no contrato do boi gordo, a maior participa\u00e7\u00e3o desde 17\/09\/2020.<\/span><\/h6>\n

 <\/p>\n

\"\"<\/span><\/h6>\n

 <\/p>\n

Apesar desta movimenta\u00e7\u00e3o de compra de CALLs dos operadores indicando um poss\u00edvel aumento de posi\u00e7\u00e3o comprada, o que se observa neste momento ainda \u00e9 que os players se mostram com muita indecis\u00e3o. As movimenta\u00e7\u00f5es que mais se destacaram na \u00faltima semana foi a invertida dos investidores institucionais que sa\u00edram de uma posi\u00e7\u00e3o comprada de 496 contratos para uma posi\u00e7\u00e3o vendida de 1,13 mil contratos, atrav\u00e9s da venda de de futuros e da compra de PUTs. E o outro destaque vai para os Investidores n\u00e3o residentes que aumentaram sua posi\u00e7\u00e3o comprada em boi gordo em 814%, atingindo um total de 1,00 mil contratos, a maior \u201caposta\u201d na alta do boi gordo desses players desde 26\/11\/2020.<\/span><\/h6>\n

 <\/p>\n

\"\"<\/span><\/h6>\n

 <\/p>\n

1.1 O que o mercado futuro proporciona?<\/span><\/strong><\/h6>\n
Como destacado na semana passada nesta mesma coluna, o mercado do boi gordo brasileiro encontrou drivers que o deram margem para que o pre\u00e7o do animal evolu\u00edsse. O rompimento dos R$ 308,00\/@ no vencimento para mar\u00e7o\/21 gera mais tens\u00e3o neste momento e deixa a opera\u00e7\u00e3o mais arriscada, visto que o mercado interno n\u00e3o d\u00e1 sinais de liquidez nas vendas de carne bovina.<\/span><\/h6>\n
\nOperar op\u00e7\u00f5es continua com a apresentar custos elevados, devido a alta volatilidade que o pre\u00e7o do boi gordo apresentou nos \u00faltimos meses. As PUTs recomendadas continuam sendo aquelas que chamamos de op\u00e7\u00f5es de \u201cfim do mundo\u201d, as quais seriam para proteger contra poss\u00edveis cat\u00e1strofes que possam acontecer. Com um custo de R$ 0,95\/@ \u00e9 poss\u00edvel proteger o valor de R$ 290,00\/@ em mar\u00e7o\/21 e para abril\/21, dispendendo R$ 1,43\/@ compra-se PUTs secas que protegem o valor de R$ 280,00\/@. Como a oferta continua escassa essa \u00e9 uma op\u00e7\u00e3o que se mostra conservadora e interessante para aqueles que tem bovinos para entregar nos pr\u00f3ximos dois meses.<\/span><\/h6>\n
\nA movimenta\u00e7\u00e3o destacada no texto \u201cna tela da B3\u201d sobre a opera\u00e7\u00e3o estruturada CALL spread tamb\u00e9m foi ressaltada por n\u00f3s aqui na semana passada. Como o mercado ainda pode surfar em valoriza\u00e7\u00f5es mais fortes no 2\u00aa semestre, esta opera\u00e7\u00e3o pode se mostrar interessante para o vencimento outubro\/21.<\/span><\/h6>\n
\nCom um n\u00edvel de custo relativamente menor, os futuros se mostram como uma boa op\u00e7\u00e3o para quem deseja operar boi gordo na B3 neste momento. No entanto, a forte valoriza\u00e7\u00e3o observada no decorrer da \u00faltima semana, com os vencimentos futuros de boi gordo nas m\u00e1ximas hist\u00f3ricas e o IFR acima dos 70 (superando os 80 no caso do BGIV21) adiciona tons maiores de risco para aqueles que querem operar comprado nesses contratos. O esticamento foi acompanhado pelo d\u00f3lar e pela alta da carca\u00e7a bovina no mercado interno, no entanto, a m\u00e1xima s\u00f3 se revela depois que acontece, e desde o dia 12\/02\/2021 o contrato para outubro\/21 renova m\u00e1ximas diariamente. Desta forma, a compra de futuros se apresenta com sinais de oportunidades, mas os riscos de tal opera\u00e7\u00e3o cresceram.<\/span><\/h6>\n
\nNo mercado \u00e0 termo poucos neg\u00f3cios sendo realizados, com os pecuaristas desinteressados em fechar pre\u00e7os apostando em altas consecutivas do animal.<\/span><\/h6>\n

 <\/p>\n

2. Enquanto isso, no atacado…<\/span><\/strong><\/h6>\n
A semana se encerra com o mercado atacadista de prote\u00edna bovina em um cen\u00e1rio mais positivo. O in\u00edcio da semana ainda foi marcado por baix\u00edssima liquidez das vendas, por\u00e9m, com o pagamento dos sal\u00e1rios na virada do m\u00eas uma pequena melhora p\u00f4de ser observada. Houve um aumento no volume de vendas, sendo poss\u00edvel realizar o repasse dos pre\u00e7os do boi gordo para a carca\u00e7a bovina no atacado. A cota\u00e7\u00e3o da carca\u00e7a casada bovina registrou leve alta de 0,41% no comparativo semanal, ficando cotada a R$ 18,58\/kg.<\/span><\/h6>\n
\nSeguindo o mesmo ritmo de valoriza\u00e7\u00e3o do mercado bovino, o setor av\u00edcola tamb\u00e9m encerrou a semana com as cota\u00e7\u00f5es em alta. No comparativo semanal houve um avan\u00e7o de 1,74% nos pre\u00e7os do frango resfriado, ficando cotado a R$ 5,79\/kg. A carne de frango segue com elevada competitividade frente \u00e0s principais prote\u00ednas concorrentes, fato que por si s\u00f3 j\u00e1 atrai o consumidor final para esta prote\u00edna. Al\u00e9m disso, houve um aumento no volume exportado, que juntamente com a valoriza\u00e7\u00e3o do d\u00f3lar em rela\u00e7\u00e3o ao real, mantiveram o setor em cen\u00e1rio altista.<\/span><\/h6>\n
\nAp\u00f3s registrar impressionantes valoriza\u00e7\u00f5es nas \u00faltimas semanas, a cota\u00e7\u00e3o da carne su\u00edna recuou. Devido as recentes altas no pre\u00e7o da prote\u00edna, a liquidez no mercado interno reduziu. A semana foi marcada por dificuldade na realiza\u00e7\u00e3o de vendas no varejo, que acabaram travando as negocia\u00e7\u00f5es. O pre\u00e7o da carca\u00e7a su\u00edna especial sofreu ajuste negativo de 2,01%, ficando cotada a R$ 11,1\/kg. Apesar da queda nos pre\u00e7os da prote\u00edna su\u00edna no atacado, os embarques para fora do pa\u00eds seguiram em ritmo forte, alcan\u00e7ando a maior m\u00e9dia di\u00e1ria dos \u00faltimos seis meses.<\/span><\/h6>\n
\nO mercado de ovos seguiu est\u00e1vel na \u00faltima semana, por\u00e9m em clima de incertezas. Com o crescente aumento nas cota\u00e7\u00f5es do milho, devido ao atraso do plantio da segunda safra do cereal, o avicultor de postura de ovos se mant\u00e9m alerta. O per\u00edodo de Quaresma, que acaba incrementando as vendas, auxilia na estabilidade do mercado. A caixa com 30 d\u00fazias de ovos ficou cotada nos mesmos R$ 138,00 da semana passada.<\/span><\/h6>\n

 <\/p>\n

3. No mercado externo\u00a0<\/span><\/strong><\/h6>\n
Como esperado, os envios de carne bovina in natura voltaram a ganhar for\u00e7as. Com o d\u00f3lar valorizado frente ao real e a volta chinesa, mar\u00e7o\/21 iniciou-se com um bom volume embarcado de prote\u00edna bovina. Ao todo foram exportadas 30,54 mil toneladas de prote\u00edna bovina at\u00e9 a \u00faltima semana. Com isso, a m\u00e9dia di\u00e1ria registrou aumento de 7,68% com a m\u00e9dia de fevereiro\/21, e 6,7% a mais que no mesmo per\u00edodo no ano passado (mar\u00e7o\/20), alcan\u00e7ando as 6,10 mil toneladas\/dia.<\/span>
\nO pre\u00e7o m\u00e9dio avan\u00e7a a passos de tartarugas, encerrando a primeira semana de mar\u00e7o\/21 \u00e0 US$ 4,58 mil\/tonelada, 0,96% maior que em fevereiro\/21. A receita m\u00e9dia di\u00e1ria obtida com os embarques na primeira semana de mar\u00e7o\/21 foi de US$ 28,00 milh\u00f5es\/dia, registrando aumento de 8,72% no comparativo semanal, e 11,39% superior a mar\u00e7o\/20. Com os problemas enfrentados pela China em rela\u00e7\u00e3o a volta da PSA, a expectativa \u00e9 de que os embarques de prote\u00edna bovina continuem.<\/span><\/h6>\n
\nMesmo com a redu\u00e7\u00e3o de 19% frente a m\u00e9dia di\u00e1ria de fevereiro\/21, os embarques de milho continuam acima das expectativas para esta \u00e9poca do ano. Foram 185,25 mil toneladas embarcadas na primeira semana de mar\u00e7o\/21, o que corresponde a 39% de tudo o que foi enviado em mar\u00e7o\/20. A m\u00e9dia di\u00e1ria estabeleceu-se em 37,05 mil toneladas, 72,45% a mais do que no mesmo per\u00edodo do ano passado.<\/span><\/h6>\n
\nA melhora do d\u00f3lar frente ao real melhorou a competitividade do cereal brasileiro, no entanto, os pre\u00e7os do milho do Brasil enviado para fora do pa\u00eds continuam evoluindo. O valor m\u00e9dio nesta primeira semana ficou em US$ 233,20\/t, 7,45% a mais do que em fevereiro\/21. Com isso, a receita avan\u00e7a de maneira ainda mais acelerada em compara\u00e7\u00e3o a mar\u00e7o\/20. Foram US$ 43,20 milh\u00f5es obtidos com a venda de cereal na primeira semana do m\u00eas, levando a m\u00e9dia di\u00e1ria a US$ 8,64 milh\u00f5es, 111,50% superior que h\u00e1 um ano atr\u00e1s.<\/span><\/h6>\n
\nCom a colheita avan\u00e7ando e a oleaginosa sendo escoada pelos portos, os embarques de soja voltaram a normalidade. Na primeira semana de mar\u00e7o\/21 foram 2,42 milh\u00f5es de toneladas enviadas para fora do pa\u00eds, resultando em uma m\u00e9dia di\u00e1ria de 483,34 mil toneladas, volume 403% superior que a m\u00e9dia di\u00e1ria de fevereiro\/21. Ainda assim, no comparativo anual a m\u00e9dia di\u00e1ria \u00e9 2,02% menor.<\/span><\/h6>\n
\nO aumento de pre\u00e7os observado durante todo o ano de 2020 ganha contorno de rentabilidade nos portos, isso por que o pre\u00e7o m\u00e9dio em mar\u00e7o\/21 j\u00e1 \u00e9 14,09% superior que em mar\u00e7o\/20, atingindo o patamar de US$ 393,40\/t. Com isso, a receita obtida com a venda de oleaginosa supera a m\u00e9dia di\u00e1ria de mar\u00e7o\/20, chegando \u00e0 US$ 190,15 milh\u00f5es\/dia, 11,78% superior que no mesmo per\u00edodo do ano passado.<\/span><\/h6>\n

 <\/p>\n

\n4. A compra do pecuarista<\/span><\/strong><\/h6>\n
Na \u00faltima semana a chuva deu uma pequena tr\u00e9gua para os produtores de Mato Grosso, os problemas com retirada da soja e plantio do milho 2\u00aa safra permaneceu em menor intensidade, mas ainda dificultando as atividades no campo. Reflexo dessa situa\u00e7\u00e3o \u00e9 retratado pelo boletim do IMEA, o milho avan\u00e7ou 18,4 p.p. durante a semana no plantio e o estado registra 73% da \u00e1rea plantada sobre os 5,7 milh\u00f5es de hectares estimados. Para a colheita da soja esse avan\u00e7o semanal foi 15 p.p. com 67% colhido da \u00e1rea de 10,3 milh\u00f5es de hectares.<\/span><\/h6>\n
\nA situa\u00e7\u00e3o \u00e9 mais cr\u00edtica em Mato Grosso do Sul e no Paran\u00e1, at\u00e9 o in\u00edcio da semana anterior a \u00e1rea colhida dos dois estados era inferior a 25% e plantio do milho 2\u00aa safra n\u00e3o havia superado 15% da \u00e1rea estimada no Paran\u00e1 e 25% em Mato Grosso do Sul.<\/span><\/h6>\n
\nNa regi\u00e3o do MATOPIBA os sojicultores tamb\u00e9m tiveram problemas, especialmente no Tocantins e parte na Bahia. Nos demais estados as atividades no campo seguem em ritmo normal.<\/span><\/h6>\n
\nOs reflexos dos atrasos foram sentidos no decorrer da semana, com ajuda do d\u00f3lar, pre\u00e7os internacionais e clima, o indicador da soja em Paranagu\u00e1\/PR atingiu o recorde de R$ 174,34\/sc.<\/span><\/h6>\n
\nEmbora essa situa\u00e7\u00e3o se arraste pela 3\u00aa semana consecutiva, o avan\u00e7o da colheita da soja permitiu a melhora da disponibilidade de soja para esmagamento e os pre\u00e7os do farelo j\u00e1 iniciaram o movimento de queda que pode ser observado pela sutil melhora no poder compra do pecuarista. No in\u00edcio de mar\u00e7o, pre\u00e7o do farelo sofreu uma desvaloriza\u00e7\u00e3o de 8,3% frente ao m\u00eas de fevereiro\/21 e combinado \u00e0 melhora do pre\u00e7o da @ do boi gordo, o poder de compra do pecuarista aumentou 8,7% no comparativo mensal.<\/span><\/h6>\n
\nA tend\u00eancia \u00e9 que os pre\u00e7os do farelo de soja sigam essa trajet\u00f3ria de desvaloriza\u00e7\u00e3o at\u00e9 o m\u00eas de abril, quando a demanda pelo produto tende a crescer pelo pecuarista e o pre\u00e7o pode acomodar. A recomenda\u00e7\u00e3o atual \u00e9 que o pecuarista mantenha-se atento a movimenta\u00e7\u00e3o do farelo de soja nas pr\u00f3ximas semanas, pois essas devem reservar um bom per\u00edodo de compra desta fonte proteica.<\/span><\/h6>\n

 <\/p>\n

\"\"<\/span><\/h6>\n

 <\/p>\n

Em caminho oposto ao do farelo de soja, agentes do mercado j\u00e1 sinalizam que a produ\u00e7\u00e3o de milho 2\u00aa safra ser\u00e1 inferior \u00e0 estimada atualmente mesmo que toda a \u00e1rea estimada seja plantada. A colheita do milho 1\u00aa safra em andamento n\u00e3o est\u00e1 sendo suficiente para acomodar os pre\u00e7os pois a mesma tamb\u00e9m sofreu com problemas clim\u00e1ticos e consequente redu\u00e7\u00e3o da produ\u00e7\u00e3o.<\/span><\/h6>\n
Al\u00e9m do mercado interno, o cen\u00e1rio de d\u00f3lar, baixos estoques globais e expectativas sobre as safras dos EUA e da Argentina tamb\u00e9m trazem firmeza ao mercado do cereal.<\/span><\/h6>\n
Os pre\u00e7os do milho devem seguir registrando novas valoriza\u00e7\u00f5es at\u00e9 uma melhor defini\u00e7\u00e3o do tamanho da 2\u00aa safra. Os contratos futuros na B3 registraram fortes altas nos \u00faltimos dias superando os 3% ao dia, com os pre\u00e7os chegando \u00e0 casa dos R$ 96,00\/sc para maio\/21. O indicador do milho em Campinas\/SP essa semana registrou valoriza\u00e7\u00e3o de 3,7%, superando os R$ 89,00\/sc.<\/span><\/h6>\n
Mesmo com a melhora nos pre\u00e7os da @ do boi gordo no mercado futuro, a rela\u00e7\u00e3o de troca entre boi gordo e milho est\u00e1 registrando os piores patamares e reduzindo de forma significativa o poder de compra do pecuarista, sendo necess\u00e1ria a ado\u00e7\u00e3o de estrat\u00e9gias de compra de cereal com o intuito de garantir disponibilidade de produto e obter melhores margens na atividade.<\/span><\/h6>\n
Para aqueles que ainda n\u00e3o det\u00eam nenhum estoque feito para o 2\u00ba semestre e v\u00ea possibilidade de retorno na atividade pecu\u00e1ria com o milho em S\u00e3o Paulo acima dos R$ 86,00\/sc, o ideal \u00e9 garantir a compra de ao menos 50% da necessidade para este per\u00edodo. Para o consumo imediato (at\u00e9 o fim do primeiro semestre), o ideal \u00e9 garantir ao menos 90% da necessidade deste per\u00edodo, pois n\u00e3o h\u00e1 perspectivas de desvaloriza\u00e7\u00e3o do milho nos pr\u00f3ximos meses.<\/span><\/h6>\n

 <\/p>\n

\"\"<\/span><\/h6>\n

 <\/p>\n

5. O destaque da semana<\/span><\/strong><\/h6>\n
O Minist\u00e9rio da Ind\u00fastria, Com\u00e9rcio Exterior e Servi\u00e7os divulgou na semana passada os dados detalhados das exporta\u00e7\u00f5es brasileira de carne bovina no m\u00eas de fevereiro\/21. Foram 102,12 mil toneladas de prote\u00edna bovina in natura enviadas para fora do pa\u00eds no m\u00eas passado, 4,85% a menos do que em janeiro\/21.<\/span><\/h6>\n
\nApesar da queda no comparativo total mensal, a menor quantidade de dias \u00fateis do \u00faltimo m\u00eas interferiu diretamente no desempenho. N\u00e3o \u00e0 toa ao se comparar o volume m\u00e9dio di\u00e1rio de fevereiro\/21 nota-se um crescimento de 5,73% em rela\u00e7\u00e3o a janeiro\/21, saindo das 5,37 mil toneladas\/dia e atingindo o patamar de 5,76 mil toneladas\/dia.<\/span><\/h6>\n
\nO fortalecimento dos embarques nas duas \u00faltimas semanas do m\u00eas passado foram cruciais para que um panorama positivo voltasse a se instalar sobre as cota\u00e7\u00f5es do boi gordo. Entre o dia 12\/02\/2021 (per\u00edodo que os embarques ainda estavam fracos) e a \u00faltima sexta-feira o pre\u00e7o do contrato de boi gordo na B3 para maio\/21 registrou valoriza\u00e7\u00e3o de 6,18%, demonstrando que o crescimento das exporta\u00e7\u00f5es unido ao d\u00f3lar deu mais previsibilidade para o desempenho do boi gordo nos pr\u00f3ximos meses.<\/span><\/h6>\n
\nAl\u00e9m disso, vale o destaque para a China, que foi respons\u00e1vel por 55% desses embarques, levando pouco mais de 56,41 mil toneladas de prote\u00edna bovina do Brasil no \u00faltimo m\u00eas. Este \u00e9 o maior montante importado pela China do Brasil em um m\u00eas de fevereiro. O encerramento do ano novo chin\u00eas junto a necessidade de recomposi\u00e7\u00e3o de estoques trouxe os chineses para a mesa de negocia\u00e7\u00e3o.<\/span><\/h6>\n
\nAinda que estejamos nos recuperando, o problema da escassez de bovino ainda \u00e9 latente na pecu\u00e1ria de corte brasileira. O Brasil est\u00e1 observando um crescimento no volume importado de prote\u00edna bovina nos \u00faltimos meses, foram 3,96 mil toneladas trazidas de fora do pa\u00eds no m\u00eas de fevereiro\/21, o maior volume desde 2016 e 58,35% a mais do que em fevereiro\/20.<\/span><\/h6>\n
Por isso, destacamos que as exporta\u00e7\u00f5es ainda funcionar\u00e3o como uma v\u00e1lvula de escape para que o boi gordo atinja novos patamares de pre\u00e7o, mas a oferta restrita \u00e9 o que imp\u00f5e uma grande dificuldade para que as cota\u00e7\u00f5es n\u00e3o recuem abaixo dos valores atuais.<\/span><\/h6>\n
6. E o que est\u00e1 no radar?<\/span><\/strong><\/h6>\n
O mercado atacadista de carne bovina conseguiu consolidar uma alta sobre a carca\u00e7a casada. O recebimento do sal\u00e1rio (e consequentemente maior apetite dos consumidores) em conjunto com a origina\u00e7\u00e3o dificultada deram o tom dos neg\u00f3cios e foram suficientes para que os frigor\u00edficos emplacassem um aumento de 3,3% sobre a prote\u00edna bovina, chegando aos R$ 18,60\/kg.<\/span><\/h6>\n
\nTal patamar d\u00e1 uma maior sobrevida as ind\u00fastrias frigor\u00edficas, que, diante dos atuais pre\u00e7os do boi gordo sofrem com margens negativas de comercializa\u00e7\u00e3o da carne. Com o d\u00f3lar fechando a semana acima dos R$ 5,70, os frigor\u00edficos que det\u00eam mercado e habilita\u00e7\u00e3o para trabalhar a exporta\u00e7\u00e3o \u00e9 que trabalham com mais conforto. O pre\u00e7o da prote\u00edna bovina enviada para fora do pa\u00eds j\u00e1 rompe os R$ 25,00\/kg.<\/span><\/h6>\n
\nCom a valoriza\u00e7\u00e3o observada no mercado futuro na \u00faltima semana, o boi gordo perdeu um pouco da sua pot\u00eancia de alta. A tend\u00eancia \u00e9 que os pre\u00e7os no mercado f\u00edsico se aproximem dos R$ 305,00\/@, mas as negocia\u00e7\u00f5es na B3 podem encontrar um mercado mais travado a partir desta semana. Tal panorama pode se alterar caso o d\u00f3lar venha a surfar em maiores valoriza\u00e7\u00f5es e ultrapasse os R$ 5,80. Desta forma, o mercado de exporta\u00e7\u00e3o ganharia mais for\u00e7a e assim, os animais com tipifica\u00e7\u00e3o de carca\u00e7a para exporta\u00e7\u00e3o seriam ainda mais valorizados.<\/span><\/h6>\n
\nA segunda semana de mar\u00e7o\/21 deve continuar ditada pela escassez de oferta que mantem as cota\u00e7\u00f5es acima dos R$ 300,00\/@, mas de olho no comportamento do d\u00f3lar.<\/span><\/h6>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Yago Travagini \u00e9 economista e consultor de mercado pela Agrifatto Caroline Matos \u00e9 zootecnista e trainee pela Agrifatto Bruna Giacon \u00e9 graduanda em agronomia e estagi\u00e1ria pela Agrifatto Resumo da semana: A semana se encerrou com o pre\u00e7o do boi gordo se mantendo est\u00e1vel. A dificuldade em encontrar animais aptos para o abate continua a […]<\/p>\n

Leia mais<\/i><\/a><\/p>","protected":false},"author":2,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_exactmetrics_skip_tracking":false,"_exactmetrics_sitenote_active":false,"_exactmetrics_sitenote_note":"","_exactmetrics_sitenote_category":0,"footnotes":""},"categories":[16,17,18],"tags":[],"class_list":["post-17407","post","type-post","status-publish","format-standard","hentry","category-boi","category-milho","category-soja"],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/blog.agridata.agr.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/17407","targetHints":{"allow":["GET"]}}],"collection":[{"href":"https:\/\/blog.agridata.agr.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/blog.agridata.agr.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/blog.agridata.agr.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/blog.agridata.agr.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=17407"}],"version-history":[{"count":1,"href":"https:\/\/blog.agridata.agr.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/17407\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":17413,"href":"https:\/\/blog.agridata.agr.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/17407\/revisions\/17413"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/blog.agridata.agr.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=17407"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/blog.agridata.agr.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=17407"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/blog.agridata.agr.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=17407"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}