{"id":10008,"date":"2020-03-19T09:43:00","date_gmt":"2020-03-19T12:43:00","guid":{"rendered":"http:\/\/blog.agridata.agr.br\/?p=10008"},"modified":"2020-03-19T09:43:00","modified_gmt":"2020-03-19T12:43:00","slug":"bc-corta-selic-a-375-por-coronavirus-e-indica-manutencao-da-taxa","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/blog.agridata.agr.br\/bc-corta-selic-a-375-por-coronavirus-e-indica-manutencao-da-taxa\/","title":{"rendered":"BC corta Selic a 3,75% por coronav\u00edrus e indica manuten\u00e7\u00e3o da taxa"},"content":{"rendered":"
O Banco Central cortou nesta quarta-feira a Selic em 0,5 ponto, \u00e0 nova m\u00ednima hist\u00f3rica de 3,75%, aumentando o ritmo de afrouxamento monet\u00e1rio em resposta aos impactos econ\u00f4micos com o coronav\u00edrus, mas indicando que este deve ser o novo n\u00edvel dos juros b\u00e1sicos daqui para frente.<\/span><\/p>\n No comunicado sobre a decis\u00e3o, o Comit\u00ea de Pol\u00edtica Monet\u00e1ria (Copom) ponderou, no entanto, que a leitura sobre suas pr\u00f3ximas decis\u00f5es pode mudar em meio ao novo quadro que se descortina com a dissemina\u00e7\u00e3o do Covid-19.<\/span><\/p>\n \u201cO Copom entende que a atual conjuntura prescreve cautela na condu\u00e7\u00e3o da pol\u00edtica monet\u00e1ria, e neste momento v\u00ea como adequada a manuten\u00e7\u00e3o da taxa Selic em seu novo patamar. No entanto, o Comit\u00ea reconhece que se elevou a vari\u00e2ncia do seu balan\u00e7o de riscos e novas informa\u00e7\u00f5es sobre a conjuntura econ\u00f4mica ser\u00e3o essenciais para definir seus pr\u00f3ximos passos\u201d, disse.<\/span><\/p>\n \u201cO Banco Central do Brasil ressalta que continuar\u00e1 fazendo uso de todo o seu arsenal de medidas de pol\u00edticas monet\u00e1ria, cambial e de estabilidade financeira no enfrentamento da crise atual\u201d, completou.<\/span><\/p>\n A pr\u00f3xima reuni\u00e3o do Copom acontece em 5 e 6 de maio.<\/span><\/p>\n Ap\u00f3s o \u00edmpeto reformista do governo ficar em segundo plano com o mundo sendo engolfado pelo coronav\u00edrus, o BC voltou a refor\u00e7ar a import\u00e2ncia das reformas na economia seguirem adiante, frisando que questionamentos sobre sua continuidade e mudan\u00e7as de car\u00e1ter permanente no processo de ajuste nas contas p\u00fablicas t\u00eam o potencial de elevar a taxa de juros estrutural da economia.<\/span><\/p>\n \u201cNessa situa\u00e7\u00e3o, relaxamentos monet\u00e1rios adicionais podem tornar-se contraproducentes se resultarem em aperto nas condi\u00e7\u00f5es financeiras\u201d, afirmou o BC.<\/span><\/p>\n Para o economista s\u00eanior do Banco MUFG Brasil, Carlos Pedroso, o BC indicou estar olhando para a inclina\u00e7\u00e3o da curva de juros, que aumentou recentemente.<\/span><\/p>\n \u201cParece que depois desse comunicado o BC cortou 0,50 ponto e vai parar\u201d, avaliou.<\/span><\/p>\n O s\u00f3cio da Portofino Investimentos Adriano Cantreva, por outro lado, considerou que porta para novas redu\u00e7\u00f5es n\u00e3o est\u00e1 fechada.<\/span><\/p>\n \u201cSe necess\u00e1rio eles (BC) v\u00e3o fazer algo mais forte. Por\u00e9m, caso o pacote de ajuda econ\u00f4mica nos Estados Unidos seja fechado, pode ser que o mercado acalme nas pr\u00f3ximas semanas e o BC n\u00e3o seja for\u00e7ado a reduzir mais a Selic\u201d, disse.<\/span><\/p>\n A autoridade monet\u00e1ria afirmou que o ambiente para as economias emergentes tornou-se desafiador com a pandemia causada pelo coronav\u00edrus, que provocou desacelera\u00e7\u00e3o significativa do crescimento global, queda no pre\u00e7o das commodities e eleva\u00e7\u00e3o da volatilidade nos mercados.<\/span><\/p>\n O coronav\u00edrus, inclusive, passou a figurar no balan\u00e7o de riscos do BC, ao lado da ociosidade da economia, como um fator baixista para a infla\u00e7\u00e3o caso o surto da doen\u00e7a se agrave e \u201cprovoque aumento da incerteza e redu\u00e7\u00e3o da demanda com maior magnitude ou dura\u00e7\u00e3o do que o estimado\u201d.<\/span><\/p>\n Por outro lado, o aumento da pot\u00eancia da pol\u00edtica monet\u00e1ria, a deteriora\u00e7\u00e3o do cen\u00e1rio externo ou frustra\u00e7\u00f5es em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 continuidade das reformas s\u00e3o apontados como riscos para gerar uma trajet\u00f3ria da infla\u00e7\u00e3o acima do projetado para 2020 e 2021.<\/span><\/p>\n CHOQUE RECESSIVO<\/strong><\/span><\/p>\n Em pesquisa Reuters feita na semana passada, antes de nova rodada de intensa volatilidade disparada pela dissemina\u00e7\u00e3o do Covid-19 pelo mundo, 13 de 26 analistas consultados pela Reuters haviam previsto uma redu\u00e7\u00e3o de 0,25 ponto na Selic.<\/span><\/p>\n Oito dos analistas que responderam a sondagem previram uma redu\u00e7\u00e3o mais agressiva, de 50 pontos-base, para 3,75%, enquanto cinco disseram que n\u00e3o esperavam nenhuma mudan\u00e7a.<\/span><\/p>\n Desde a realiza\u00e7\u00e3o da pesquisa, contudo, a ado\u00e7\u00e3o de quarentenas por diversos pa\u00edses como tentativa de retardar a velocidade de infec\u00e7\u00e3o pelo v\u00edrus evidenciou o impacto do coronav\u00edrus nas cadeias globais de produ\u00e7\u00e3o, na demanda pelo consumo e nas perspectivas para os investimentos.<\/span><\/p>\n O pr\u00f3prio governo reconheceu nesta quarta-feira que n\u00e3o h\u00e1 como evitar o choque recessivo no curto prazo, que deve afetar a maioria dos pa\u00edses do mundo, inclusive o Brasil.<\/span><\/p>\n A mensagem veio em pedido enviado ao Congresso para ado\u00e7\u00e3o de estado de calamidade p\u00fablica no pa\u00eds, condi\u00e7\u00e3o que liberar\u00e1 o governo de cumprir a meta fiscal deste ano, pavimentando o caminho para um aumento nos gastos p\u00fablicos.<\/span><\/p>\n O quadro com a perspectiva de isolamento dos cidad\u00e3os \u00e9 de atividade econ\u00f4mica em ritmo ainda mais d\u00e9bil no Brasil, caminhando para o terreno negativo, o que diminui press\u00f5es inflacion\u00e1rias.<\/span><\/p>\n Se, de um lado, o d\u00f3lar segue batendo em sucessivas m\u00e1ximas nominais em meio \u00e0 turbul\u00eancia no mercado, de outro, importantes commodities para a economia brasileira, como o petr\u00f3leo, t\u00eam registrado quedas expressivas, contrabalan\u00e7ando um eventual repasse da moeda norte-americana mais alta aos pre\u00e7os.<\/span><\/p>\n Nesta quarta-feira, o d\u00f3lar fechou na in\u00e9dita marca de 5,25 reais e o petr\u00f3leo Brent, em 24,88 d\u00f3lares o barril. No primeiro dia \u00fatil do ano, esses valores eram de 4,0258 reais e 66,25 d\u00f3lares, respectivamente.<\/span><\/p>\n Pelas contas do BC divulgadas nesta quarta-feira, a infla\u00e7\u00e3o deve fechar 2020 com alta de 3,0% pelo cen\u00e1rio h\u00edbrido, que considera a trajet\u00f3ria dos juros da pesquisa Focus e a taxa de c\u00e2mbio constante em 4,75 reais. Para 2021, a perspectiva \u00e9 de alta de 3,6%.<\/span><\/p>\n Nos dois casos, as estimativas ficaram abaixo das projetadas na \u00faltima reuni\u00e3o do Copom, no in\u00edcio de fevereiro, quando a autoridade monet\u00e1ria considerou um d\u00f3lar constante mais baixo, em 4,25 reais, para os c\u00e1lculos. \u00c0 \u00e9poca, a perspectiva era de que o IPCA fechasse este ano em 3,5% e o pr\u00f3ximo, em 3,7%.<\/span><\/p>\n A meta de infla\u00e7\u00e3o este ano \u00e9 de 4,0% e para 2021, de 3,75%, sempre com margem de toler\u00e2ncia de 1,5 ponto para mais ou para menos. (Reuters)<\/span><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" O Banco Central cortou nesta quarta-feira a Selic em 0,5 ponto, \u00e0 nova m\u00ednima hist\u00f3rica de 3,75%, aumentando o ritmo de afrouxamento monet\u00e1rio em resposta aos impactos econ\u00f4micos com o coronav\u00edrus, mas indicando que este deve ser o novo n\u00edvel dos juros b\u00e1sicos daqui para frente. No comunicado sobre a decis\u00e3o, o Comit\u00ea de Pol\u00edtica […]<\/p>\n