Apesar de o clima não ter ajudado na primavera e no verão no Uruguai, com um déficit hídrico que afetou diferente regiões, no exercício pecuário de 2021/22 (julho a junho), o país produziu 4% mais carne bovina com receitas até 80% maiores em alguns casos.
Em média, os pecuaristas tiveram uma renda de US$ 129 por hectare, segundo os resultados das pastas verdes do Instituto Plano Agrícola.
O que aconteceu foi “o melhor ano de 21” que o instituto registrou, comentou seu diretor geral, Carlos Molina, durante a apresentação dos dados.
“Mais produto, mais custos, mais receita, mais quilos produzidos, mais preço”, destacou Molina sobre as 150 empresas que participaram do Programa de Monitoramento do Plano Agrícola. Todas as empresas pecuárias analisadas (ciclo completo e criação) apresentaram crescimento de longo prazo, com altos e baixos de produtividade diretamente relacionados a eventos climáticos adversos, explicou Molina.
Força das empresas
Nas empresas de ciclo completo que se desenvolvem no norte do país, na zona de basalto, pela primeira vez os custos cresceram 21% de um ano para o outro, neste cenário e apesar de razão insumo-produto ter caído 9%, as receitas foram de US$ 134 por hectare, 46% a mais do que em 2020/21, quando foram de US$ 92 por hectare. A renda desses arrendatários cresceu 63%, ficando em US$ 101 por hectare, com uma renda de US$ 85.
Em uma área de 1.600 hectares, o desempenho das empresas manteve-se estável em relação ao ano anterior, apesar de terem sofrido os efeitos do clima, por falta de água. A marcação bovina foi localizada em 84% e a marcação dos ovinos em 80%, com taxa de extração de 40%.
No norte, os produtores que completaram o ciclo em 2021/22 conseguiram produzir 97 quilos de carne bovina por hectare, mantendo a produtividade estável. Segundo Molina, “a manutenção da produtividade nesse cenário climático mostra, sem dúvida, a força das empresas”.
Além do aumento da produtividade, os preços também subiram. O valor do gado aumentou 29% e ficou em US$ 2,22 em média por quilo, enquanto o de ovinos subiu 13%, com média de US$ 2,10 por quilo.
“A chave é o manejo do pasto”
Os US$ 129 por hectare é o valor mais alto da série de recordes que o Plano Agrícola tem desde 2001. Para alcançar esses resultados, foram repetidos aspectos-chave que permitiram aos produtores enfrentar cenários favoráveis ​​por um lado (como melhor preço do gado) e de outro adverso (por causa do clima, aumento dos custos de produção, inflação e queda do dólar) destacou o diretor do instituto, Carlos Molina.
“Não existe decisão mágica” para obter bons resultados, explicou, mas é uma sequência de decisões tomadas com informação e a tempo. “A chave é o manejo do pasto”, enfatizou.
Após dois anos, a produtividade melhorou
Os pecuaristas de ciclo completo que produziram no leste do país tiveram uma receita bruta de US$ 251 por hectare, 49% a mais que no ciclo passado, “a receita mais importante para essas empresas em toda a série”.
A renda de capital cresceu 80% neste caso e atingiu US$ 133 por hectare, apesar de os custos de produção subirem 23%. Em termos relativos, foi nessas empresas que os custos mais cresceram, disse Molina.
Embora o valor dos arrendamentos tenha aumentado e tenha ficado em US$ 83 por hectare, os produtores arrendatários tiveram um crescimento de 120%: de US$ 46 no ano anterior, eles passaram a gerar US$ 103 por hectare.
Em uma área de 1.100 hectares que no ano anterior foi duramente atingida pela seca, após dois anos de queda por conta do clima, a produtividade aumentou 5%, atingindo assim uma média de US$ 107 quilos por hectare. Os resultados foram positivos, salientou Molina, mas a produtividade ainda está longe dos 115 quilos por hectare do exercício 2018/19, que foi “o melhor ano”. No total, entre bovinos e ovinos, a produtividade total cresceu 4%.
O preço do gado subiu 24% naquela região e 60% o da ovelha, enquanto o valor da lã (Corriedale naquela parte do país) caiu 22%.
(BeefPoint)