Em um “ano extremamente particular no mundo” como consequência da pandemia, “o negócio da carne não foi afetado porque ocorria normalmente, mas os mercados passaram por momentos difíceis”, disse Martín Secco, ex-CEO, da Marfrig Global Foods e atual pecuarista em Tacuarembó.
Ele explicou que a Europa, mercado importante devido aos preços de exportação, paralisou a demanda em março e abril; enquanto a China, um mercado de volume, está indo e voltando com interrupções de compra, renegociações de preços e altos e baixos.
Martín Secco, que disse que esta situação não se compara ao impacto do surto de febre aftosa no país, imagina um segundo semestre “estável”, que “seria fundamental para planejar o negócio”.
No futuro, destacou que a política do país em relação à produção e exportação de carnes “não deve mudar e deve se concentrar em duas prioridades: os acordos comerciais e a sanidade”, pois “são dois baluartes que nos permitirão avançar nos mercados que temos ”.
Na área da sanidade, afirmou que o Uruguai “tem que continuar se fortalecendo, e não só pensar na febre aftosa, mas também nas diversas atribuições que o país tem e deve ser tratado como política de Estado”.
Sobre a posição do Brasil de dar continuidade ao plano estratégico de erradicação da vacina contra a febre aftosa, ele comentou que “teria preferido que o Brasil mantivesse sua situação”, mas garantiu que “há pressões de outros negócios”, como a suinocultura no Rio Grande do Sul.
Diante da decisão brasileira, ele disse que com todas as frentes abertas que o Uruguai tem, “não seguiria o mesmo caminho”. (El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint)