Lygia Pimentel é diretora executiva da Agrifatto
Em 11 de maio, a Administração Geral da Alfândega da China mostra que o país suspendeu a habilitação de quatro plantas frigoríficas australianas:
– Unidade 170: JBS
– Unidade 235: JBS
– Unidade 239 – NCMC
– Unidade 640 – KILCOY
Os embarques australianos de carne bovina para a China subiram 41% em março na comparação mensal, tornando o país o 4º principal fornecedor chinês com 11% de marketshare.
A Austrália sempre foi um dos principais mercados fornecedores de carne bovina do país asiático. Todas as unidades suspensas estão entre as maiores da Austrália habilitadas a exportar para a China.
Os fechamentos vêm após troca de acusações entre os governos australianos e chinês acerca da crise do COVID-19, em que a Austrália solicitou investigações profundas sobre a origem do surto em Wuhan e da atuação do governo central da China. Por sua vez, a alta administração chinesa ameaçou cortar as importações diante da postura do governo australiano, o que se confirmou hoje.
A China está sob suspeita da comunidade internacional de ter ocultado informações sobre a transmissão e patogenicidade do vírus, e usa a Austrália como exemplo de como poderá retaliar ações que apontem o dedo para sua atuação ao longo do surto.
A ação de bloqueio de unidades processadoras é claramente cuidadosa. Apesar de o futuro impacto sobre as exportações australianas de carne bovina ser altamente provável, uma vez que as plantas bloqueadas estão entre as maiores habilitadas para exportar, a China enfrenta uma inflação de alimentos persistente que, apesar de ter desacelerado em março para 18,3%, está nos maiores patamares históricos já registrados. Uma consequência da liquidação do rebanho suíno ocasionada pela PSA.