A Comissão Europeia,  órgão executivo da UE, fez um plano que estabelece três critérios técnicos para o relaxamento das medidas de distanciamento social no continente. Para saber se podem atenuar suas medidas contra o coronavírus, os países devem verificar se houve uma diminuição significativa de casos por um período “estável”, se há capacidade suficiente de assistência à saúde, especialmente em termos de unidades de terapia intensiva (UTIs), e se há capacidade de realizar testes em larga escala.

De acordo com o documento, obtido pelo site Politico e que deve ser oficializado na manhã desta quarta-feira, a resposta deve ser coordenada e gradual.

“A falta de coordenação no levantamento de medidas restritivas corre o risco de ter efeitos negativos para todos os Estados-membros e provavelmente dará origem a atritos políticos entre os Estados-membros”, afirma o roteiro formulado pela comissão para o relaxamento das medidas de contenção da Covid-19.

Os próprios países têm apresentado suas chamadas “estratégias de saída” do isolamento, e alguns começaram a atenuar as restrições. Na Europa, dez países suspenderam algumas medidas, sem contudo encerrar definitivamente o distanciamento: Áustria, Bulgária, Dinamarca, Noruega, Finlândia, Alemanha, Espanha, Suíça, República Tcheca e Irlanda. Na Itália, algumas lojas reabriram em partes do país, mas a quarentena rígida permanece em rigor nas regiões mais afetadas.

Em seu plano, a Comissão Europeia afirma que a decisão de quando suspender as restrições cabe a cada nação. O órgão acrescenta que, embora ofereça as orientações, o plano “não é um sinal de que as medidas de contenção possam ser levantadas a partir de agora”. “As medidas precisam de tempo adicional para mostrar todo o seu efeito”, diz o documento

O documento diz ainda que “embora o caminho de volta à normalidade vá ser muito longo, também está claro que as medidas extraordinárias de confinamento não podem durar indefinidamente. Mantê-las requer uma avaliação contínua sobre se elas ainda são proporcionais e servem ao propósito a que se destinam”.

O objetivo do roteiro de saída é “minimizar o impacto na saúde do cidadão e evitar sobrecarregar os sistemas de saúde”. “A organização territorial, os serviços de saúde, a distribuição populacional ou a dinâmica econômica são alguns dos fatores que podem afetar as decisões dos Estados-membros sobre onde, quando e como medidas são suspensas”, diz o texto.

A comissão também disse que irá publicar orientações sobre meios de transporte antes do verão, caso a situação assim o permita. O órgão afirma ainda que vai desenvolver um protocolo de orientação, com redução gradual das restrições, que será atualizado semanalmente. (O Globo)