A deputada federal Tereza Cristina (DEM-MS), indicada para ocupar o Ministério da Agricultura, negou há pouco a existência de uma queda de braço dentro do futuro governo que atrase a indicação do próximo ministro do Meio Ambiente do presidente eleito Jair Bolsonaro. “Não tem queda de braço alguma. O presidente tem muitas coisas para resolver, tem muitos cargos para fazer (indicar), e não é só de ministro”, disse. “Ele está com nomes, avaliando. e deve anunciar nos próximos dias, em breve”, emendou em uma rápida entrevista ao chegar em evento na Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

A futura ministra afirmou também que indicará ao mesmo tempo todos os nomes dos secretários de sua Pasta que ainda faltam. Até o momento, Tereza Cristina indicou o futuro secretário-executivo, deputado federal Marcos Montes (PSD-MG), e o presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Nabhan Garcia, que comandará a Secretaria de Assuntos Fundiários, ambos com o status de vice-ministros. “Vamos anunciar todos ao mesmo tempo; temos alguns bem adiantados, conversas para bater o martelo, e alguns que ainda estamos buscando para achar o perfil para o próximo governo. Tem de ser no máximo na outra semana”, afirmou.

No início do discurso no evento da CNA, a deputada federal elogiou o pesquisador Evaristo de Miranda, da Embrapa, que trabalha no governo de transição e brincou com o fato de ele ter sido sondado para o Ministério do Meio Ambiente. “Ele não vem para o Meio Ambiente, não; ele vem para a Agricultura nos ajudar”, afirmou, sem dar detalhes. Miranda teria recusado o ministério por motivos pessoais e familiares.

Indagada sobre as negociações para evitar conflitos com mercados compradores de produtos do agronegócio brasileiro por posições diversas dentro do governo, a futura ministra disse que não tratou desse assunto com Bolsonaro, mas que “está chegando a hora de sentar com ministros e próprio presidente para discutir essas questões, de geopolítica”, explicou. “É preciso ter uma fala única de governo. Essa conversa precisa acontecer. Conversar para ações e, principalmente, a agricultura, porque o Brasil é grande exportador”, concluiu. (AE)