A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, admitiu nesta sexta-feira, 23, a preocupação com possíveis embargos ao agronegócio brasileiro em decorrência da crise ambiental após as queimadas na Amazônia. “Acabei de saber das notícias e nos preocupa”, disse a ministra após evento em Brasília.
Nesta sexta, o governo da Finlândia, que acumula a presidência rotativa da União Europeia (UE), pediu ao bloco econômico que avalie a possibilidade de vetar a compra carne bovina brasileira. Na quinta, o presidente da França, Emmanuel Macron, também atacou o governo brasileiro. A ministra, no entanto, avaliou que é preciso “baixar a temperatura” das críticas globais e ponderou: “Temos de separar o que é queimada e o que é incêndio. Temos de se fazer uma diferença entre esses dois acontecimentos, pois estamos vivendo uma seca grande.” E acrescentou: “A Região Norte do Brasil às vezes fica seis meses sem chuva. Esse ano está mais seco e tem as queimadas maiores.”
Tereza Cristina lembrou que incêndios florestais ocorrem em vários lugares do planeta em épocas de estiagem e citou como exemplos os ocorridos na Califórnia, estado norte-americano exemplo de preocupação com o meio ambiente, segundo ela, além de outras regiões. “Acho que eles precisavam saber primeiro o que está acontecendo no Brasil antes de tomar qualquer tipo de medida. Houve incêndio em Portugal, esse ano, houve incêndio na Sibéria e o Brasil não questionou”, disse a ministra.
Para ela, o governo brasileiro tomará medidas emergenciais para o combate ao fogo em localidades da floresta amazônica, a serem anunciadas nesta sexta pelo presidente Jair Bolsonaro. “A Amazônia é importante, o Brasil sabe disso e cuida da Amazônia. Vamos para ação, ver quem está queimando e punir quem precisa ser punido”, afirmou.
Segundo Tereza Cristina, produtores rurais também estão preocupados, pois também são prejudicados por incêndios, principalmente em palhadas que cobrem e protegem a terra entre a colheita de uma cultura o plantio de outras.
“Não se pode dizer que porque temos um incêndio ou queimada acontecendo na Amazônia o agronegócio brasileiro é o grande destruidor e vamos fazer barreiras comerciais”, afirmou. “Vamos fazer o papel de bombeiro e não colocar notícias mais alarmantes do que já querem imputar ao País e aos produtores brasileiros”, concluiu.