A segunda-feira (31) chega ao final com os preços futuros do milho acumulando movimentações negativas na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações recuaram quase 2% e flutuaram na faixa entre R$ 55,40 e R$ 66,50.
O vencimento setembro/23 foi cotado à R$ 55,40 com queda de 0,89%, o novembro/23 valeu R$ 59,07 com perda de 1,48%, o janeiro/24 foi negociado por R$ 62,57 com desvalorização de 1,90% e o março/24 teve valor de R$ 66,50 com baixa de 1,79%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, os preços do milho sentiram o peso das quedas registradas na Bolsa de Chicago e também da chegada da safrinha brasileira.
“A B3 mostra posições mais fracas no mercado brasileiro. Os portos também recuaram no Brasil na média R$ 2,00 ou R$ 3,00. O pico do milho foi na semana passada nos portos, essa semana já está mais fraco e é provável que o mês de agosto seja ainda mais forçado para baixo em função do aumento do ritmo da colheita”, afirma Brandalizze.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também começou a semana de maneira negativa. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas não identificou valorização em nenhuma das praças e percebeu desvalorizações em Ubiratã/PR, Londrina/PR, Casto/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Pato Branco/PR, Palma Sola/SC, Sorriso/MT, Jataí/GO, Rio Verde/GO, São Gabriel do Oeste/MS, Eldorado/MS, Machado/MG, Cândido Mota/SP, Itapetininga/SP, Campinas/SP e Porto de Santos/SP.
De acordo com o reporte diário da Agrifatto Consultoria, “o ritmo reduzido de negócios fez com que o preço do milho seguisse de lado no mercado físico, em Campinas/SP o cereal é comercializado na média de R$ 55,00/sc”.
Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que, com a maior disponibilidade de milho, devido ao avanço da colheita, e as recentes desvalorizações no mercado internacional, as cotações do cereal continuam em queda no mercado interno.
Segundo levantamento do Cepea, na última semana, os recuos mais expressivos foram observados no Centro-Oeste, onde a colheita está mais adiantada.
“Nesse cenário, vendedores têm se mostrado receosos em negociar, na expectativa de que a demanda internacional se redirecione para o Brasil, devido aos recentes conflitos entre a Rússia e a Ucrânia. Do lado comprador, grande parte dos consumidores está se abastecendo com milho do Centro-Oeste, por meio de contratos realizados nas semanas anteriores. Portanto, não têm necessidade de adquirir novos volumes a curto prazo”.
Mercado Externo
Os preços internacionais do milho futuro também encerraram o primeiro pregão da semana contabilizando movimentações negativas na Bolsa de Chicago (CBOT).
O vencimento setembro/23 foi cotado à US$ 5,04 com baixa de 17,00 pontos, o dezembro/23 valeu US$ 5,13 com desvalorização de 17,25 pontos, o março/24 foi negociado por US$ 5,25 com queda de 16,75 pontos e o maio/24 teve valor de US$ 5,32 com perda de 16,25 pontos.
Esses índices representaram desvalorizações, com relação ao fechamento da última sexta-feira (28), de 3,26% para o setembro/23, de 3,21% para o dezembro/23, de 2,96% para o março/24 e de 2,92% para o maio/24.
Segundo informações os preços do milho sofreram um forte revés técnico, já que os traders fecharam os lucros com a chegada de temperaturas mais amenas no centro dos Estados Unidos nesta semana.
“Vimos chuvas de fim de semana em áreas-chave do Cinturão do Milho, incluindo o norte de Illinois e Indiana, além de uma previsão mais úmida nos próximos 10 dias para Iowa e Minnesota, de acordo com os modelos Euro e GFS”, disse à publicação, Jeremy McCann, conta gerente com Farmer’s Keeper.
(Notícias Agrícolas)