Com o preço do suíno em forte queda e os elevados preços do milho, um dos principais insumos da atividade suinícola, a relação de troca de suíno vivo por milho é a mais desfavorável ao pecuarista, considerando-se toda a série histórica, iniciada em 2004 no caso do animal vivo. Os dados constam de relatório do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq-USP).
Após iniciar o mês de maio registrando leves avanços, os preços do suíno caíram com força nas semanas seguintes, pressionados pelas lentas vendas internas e externas de carne. Os valores do milho também recuaram ao longo do mês, mas de forma menos intensa, contexto que reduziu o poder de compra de suinocultores.
Considerando-se o suíno comercializado na região SP-5 (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba) e o Indicador ESALQ/BM&FBovespa do milho em Campinas (SP), nesta terça-feira, 25, o suinocultor paulista conseguia comprar 3,27 quilos do cereal com a venda de um quilo de suíno. Trata-se da segunda menor quantidade da série histórica do Cepea, atrás somente da verificada no dia anterior, quando era possível comprar apenas 3,21 quilos. A relação de troca de suíno vivo por milho desta terça está 35,9% pior em relação à observada no encerramento de abril.
A dificuldade de escoar a produção de carne no mercado interno e a retração pontual das vendas externas fizeram com que agentes do setor reajustassem negativamente os preços dos cortes e das carcaças, no intuito de elevar a liquidez. Assim, a demanda por suínos para abate foi bastante limitada, pressionando os valores do animal. Na região SP-5 o suíno se desvalorizou 36,6% no acumulado de maio, cotado a R$ 5,37/kg nesta terça-feira, 25. No Oeste Catarinense, a queda no preço foi de 24,6% no mesmo período, com o suíno a R$ 5,96/kg na terça-feira.
O mercado seguiu com forte queda nos preços de 18 a 25 de maio, principalmente para o vivo e as carcaças, ainda influenciados por vendas domésticas lentas e oferta elevada. Em Belo Horizonte (MG), houve forte queda de 12,7%, com o animal vivo a R$ 5,50/kg na terça-feira. No Norte do Paraná, a desvalorização foi de 9,3% no mesmo período, cotado a R$ 5,53/kg no dia 25.
Para a carcaça especial comercializada no atacado da Grande São Paulo, a desvalorização foi de 9% de 18 a 25 de maio, a R$ 8,56/kg na terça-feira. Para os cortes acompanhados pelo Cepea, na média do estado de São Paulo, o maior recuo no preço foi observado para a paleta desossada, de 2,9% no período, a R$ 12,25/kg na terça-feira.
(AE)