O município de Porto Murtinho, em Mato Grosso do Sul, recomeçou a operar seu maior terminal portuário no sábado (26), com o embarque, pela FV Cereais, de 23 mil toneladas de soja em um comboio de 12 barcaças, informou a Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar do Estado (Semagro), em nota. A carga seguiu para San Lorenzo, na Argentina, pela Hidrovia do Rio Paraguai.
Segundo a Semagro, a navegação ficou parada no segundo semestre do ano passado, por causa da seca na bacia do Pantanal. Agora, dependendo das condições de navegação, os portos da região banhados pelo Rio Paraguai estimam operar até setembro.
“Com a concentração de chuvas com maior intensidade nas cabeceiras do Rio Paraguai, em Mato Grosso, as perspectivas de movimentação de cargas pela hidrovia são maiores do que nos últimos dois anos, período de seca intensa na região”, diz a Semagro. Este ano, o nível do rio chegou a 4,69 metros na régua de Cáceres (MT), superior a 2019-2021, com estimativa de atingir acima de 3 metros em Ladário, no meio do ano. Em 2019, Ladário teve a máxima de 3,92 metros, e Porto Murtinho, de 4,16 metros.
Assim, a FV Cereais reiniciou as operações com um volume de carga para navegar com calado de oito pés (2,43 m), enquanto a régua do Rio Paraguai no local registrava 2,66 m. O terminal projeta exportar 450 mil toneladas de soja em fase de contratação.
O terminal da FV Cereais foi inaugurado em 2020, com um investimento de R$ 110 milhões. O grupo, um dos maiores exportadores do Estado, com sede em Dourados, pretende ampliar a unidade com uma segunda planta, para fertilizantes, e dobrar a capacidade atual do armazém de grãos e açúcar – projetos adiados para 2023, ao custo de R$ 90 milhões. A meta do empreendimento é atingir 1,5 milhão de toneladas/ano, adianta Peter Feter, um dos sócios.