Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) operam em leve alta nesta quinta-feira, após dados de vendas externas dos Estados Unidos que vieram acima da expectativa do mercado. O Departamento de Agricultura do país (USDA) voltou a publicar hoje, em ordem cronológica, os relatórios atrasados de vendas externas. A divulgação dos dados semanais tinha sido interrompida por causa da paralisação do governo norte-americano, que durou 35 dias. O documento desta quinta-feira é referente à semana encerrada em 20 de dezembro.

Segundo o USDA, exportadores venderam no período 2,391 milhões de toneladas de soja da safra 2018/19, já descontados os cancelamentos. O principal comprador foi a China, com 1,466 milhão de toneladas. O país asiático tinha voltado a comprar soja norte-americana após acertar uma trégua com os EUA no começo de dezembro, mas a paralisação do governo impediu a confirmação de parte dessas compras. Para a safra 2019/20, foram vendidas 13,9 mil toneladas. As vendas totais, de 2,405 milhões de toneladas, ficaram bem acima das estimativas de analistas, que iam de 200 mil a 500 mil toneladas.

Traders também acompanham o andamento das negociações comerciais entre EUA e China. Uma delegação liderada pelo vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, e autoridades norte-americanas devem concluir nesta quinta-feira dois dias de discussões em Washington. O presidente Donald Trump ressaltou, porém, que nenhum acordo final será fechado antes que ele se reúna com seu colega chinês, Xi Jinping. Segundo fontes, a delegação chinesa propôs que Trump se reúna com Xi na cidade chinesa de Hainan após o encontro previsto entre o presidente norte-americano e o líder norte-coreano, Kim Jong Un, no fim de fevereiro.

Os contratos de milho operam em baixa. Investidores embolsam lucros após o mercado ter subido 1% na sessão anterior. Além disso, a ausência de compras chinesas significativas levou traders a liquidar posições compradas. Em dezembro, havia rumores de que a China estaria interessada em um grande volume de milho dos EUA, mas o primeiro relatório de vendas externas em mais de um mês não confirmou essas expectativas.

O USDA disse que exportadores venderam 1,699 milhão de toneladas de milho da safra 2018/19, já descontados os cancelamentos, na semana encerrada em 20 de dezembro. O resultado representa queda de 14% ante a semana anterior, mas alta de 28% em relação a média das quatro semanas anteriores. A China não aparece entre os principais compradores. Para 2019/20, foram vendidas 53,3 mil toneladas. A soma das duas safras veio acima do teto das estimativas de analistas, de 1,5 milhão de toneladas.

Os futuros de trigo operam em leve baixa, influenciados pelo desempenho do milho. Os dois grãos tendem a se mover na mesma direção porque um é substituto direto do outro em ração animal. As vendas externas de trigo dos EUA vieram próximas do teto das estimativas do mercado. De acordo com o USDA, exportadores venderam 526,3 mil toneladas de trigo da safra 2018/19 na semana encerrada em 20 de dezembro. O resultado representa aumento de 68% ante a semana anterior, mas queda de 2% em relação à média das quatro semanas anteriores. Para 2019/20, foram vendidas 76,1 mil toneladas. Analistas esperavam vendas totais entre 300 mil e 600 mil toneladas.

Há pouco, o vencimento março da soja ganhava 1,50 cent (0,16%), a US$ 9,2250 por bushel. O milho para março caía 3,75 cents (0,98%), a US$ 3,7750 por bushel, enquanto igual vencimento do trigo recuava 1,25 cent (0,24%), a US$ 5,1550 por bushel. Fonte: Dow Jones Newswires.