O Estado de Mato Grosso deve receber mais chuvas nas próximas duas semanas, conforme boletim semanal do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea). Os volumes esperados para as regiões produtoras, entre 60 mm e 90 mm, se confirmados, serão maiores do que os verificados há um ano. A região oeste, onde o plantio está mais avançado – alcança 38,7% da área projetada – deve receber cerca de 70 mm, o que “pode melhorar o nível de umidade no solo”, na avaliação do Imea. Na última sexta-feira, o instituto informou que a semeadura de soja no Estado alcançou 24,9% da área total estimada, um avanço de 16,7 pontos porcentuais em uma semana.

O Imea reportou também que, com o avanço da colheita, os custos de produção da temporada atual foram consolidados. No total, o aumento foi de 7,5% em comparação ao ano passado, ou R$ 290,77 por hectare. “Os principais componentes que impulsionaram este valor foram os defensivos e o custo de oportunidade, que subiram devido ao aumento do dólar e da soja em grão, respectivamente”, disse o Imea no boletim. Muitos agricultores adiantaram as compras de insumos, principalmente fertilizantes, no ano passado, evitando assim uma alta maior dos custos em real, em virtude da valorização do dólar, de 32,12% nos últimos doze meses, de acordo com o Imea.

“Sabendo que isso pode voltar a ocorrer na próxima safra e buscando aproveitar os preços da soja em alta, o agricultor começa a adiantar as compras para o ciclo 2021/22, que apresenta 18,74% dos insumos já negociados, um recorde”, disse o Imea.

Milho – O indicador de preço do milho em Mato Grosso, medido pelo Imea, fechou em R$ 60,40/saca na média da semana passada, aumento de 7,7% em relação à anterior, mesmo com a suspensão temporária das tarifas de importação.

“Mato Grosso, que já possui 95,17% da atual safra comercializada, não sentiu especulações negativas nos preços durante a semana passada, como era esperado pelo mercado após a ação do governo (que zerou a tarifa). Ao contrário, o preço se elevou 9,26% no comparativo semanal e atingiu o recorde de R$ 62,59/saca”, informou o Imea, referindo-se à cotação média da última sexta-feira em relação à anterior. O Imea lembrou que, na B3, a alta foi mais expressiva, com o contrato corrente do cereal encerrando a semana passada com avanço de 10%. (AE)