A importação de soja pela China em julho foi majoritariamente de origem brasileira, observa a analista de commodities agrícolas do banco Commerzbank, Michaela Kühl. Segundo relatório mensal do Departamento de Alfândegas da China (GACC, na sigla em inglês), a China adquiriu em julho 10,1 milhões de toneladas da oleaginosa no mercado externo, aumento de 30% ante igual período do ano passado, mas abaixo do recorde de 10,5 milhões de toneladas adquiridas em junho. Segundo Michaela, do total importado pelo país asiático, 8,2 milhões de toneladas são de origem brasileira. “Em contraste, as 38 mil toneladas importadas dos EUA em julho são insignificantes, assim como as 268 mil toneladas de junho. É claro que também há razões sazonais para isso, já que a safra dos EUA ainda não foi colhida”, observa Michaela, em comentário diário enviado a clientes.
A analista pondera que a China vem fazendo vários pedidos de compras em relação à nova safra norte-americana 2020/21. “Por um lado, esta é uma demonstração da vontade da China de cumprir a primeira fase do acordo comercial. Por outro lado, os estoques de suínos e a demanda por ração animal estão aumentando novamente após a dizimação do plantel pela peste suína africana, de modo que os processadores de soja na China estão alcançando boas margens”, acrescenta Michaela.
Na avaliação da analista, maior volume de soja provavelmente será embarcado pelos Estados Unidos para a China no quarto trimestre deste ano – período da entressafra brasileira. Ela acrescenta que no decorrer deste mês, exportadores norte-americanos relataram diariamente pedidos de comercialização para a China, sendo um deles de 204 mil toneladas, reportado ontem. “Não está claro se e quando as remessas dos EUA irão recuperar seu nível ao patamar anterior à disputa comercial. Isso dependerá também de como as relações políticas vão se desenvolver entre os dois países”, conclui a analista. (AE)