A Embrapa apresentou à Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) o seu Programa Soja Baixo Carbono (SBC), que foi debatido ontem na reunião virtual do grupo. Segundo a Embrapa, a proposta é criar em dois anos uma metodologia brasileira com base em protocolos científicos validados internacionalmente. “A ideia é ajudar o produtor a certificar a soja que foi produzida com baixa intensidade de emissão de carbono”, disse o chefe geral da Embrapa Soja, Alexandre Nepomuceno, conforme nota divulgada pela CNA.
Segundo o pesquisador da Embrapa Soja Marco Antônio Nogueira, o programa busca critérios para medir a contribuição de técnicas de manejo empregadas pelo produtor no cultivo de soja na mitigação de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEEs). “Além de realizar o balanço das emissões dos gases, o SBC vai promover ainda mais a conservação do solo e da água, o uso racional de defensivos, o aumento da eficiência de uso de fertilizante e o incentivo ao uso de bioinsumos. Com isso, teremos redução de custos, do impacto ambiental e aumento de produtividade”, afirmou.
Para o presidente da comissão da CNA, Ricardo Arioli, a certificação será voluntária, mas é preciso envolver “o máximo de produtores possível”. “Quantificar e expor a sustentabilidade da soja brasileira para o mercado internacional é um tema fundamental. Não temos que seguir o que os outros players estão fazendo, mas escolher o caminho da liderança”, disse Arioli. Apesar de a Embrapa Soja estar coordenando o processo, a construção da metodologia do Programa SBC envolverá diversos atores da cadeia produtiva da soja, conforme a nota. Depois dessa etapa, vem o desenvolvimento de protocolos de certificação por meio de parcerias com órgãos certificadores reconhecidos internacionalmente.
(AE)