A disseminação da gripe aviária se acelerou nas últimas semanas na França, o segundo maior produtor de aves da União Europeia, disse o Ministério da Agricultura do país nesta quarta-feira, aumentando a preocupação com a escassez do produto.
A França já havia detectado um aumento nos surtos de gripe aviária durante o verão, depois de ver sua pior onda da doença na temporada passada, que levou ao abate de cerca de 20 milhões de frangos, patos e perus e uma queda acentuada na produção de aves e foie gras.
“A situação da saúde em relação à gripe aviária altamente patogênica (HPAI) na França se deteriorou desde agosto e piorou nas últimas semanas”, disse o Ministério da Agricultura em seu site nesta quarta-feira.
Até 20 de dezembro, 217 surtos de gripe aviária foram detectados em fazendas francesas, ante 100 em 2 de dezembro, e o número de casos também aumentou acentuadamente entre aves selvagens, disse o ministério.
O ministro francês da Agricultura, Marc Fesneau, deve viajar à região na quinta-feira para apresentar uma estratégia de vacinação para combater a doença.
Mais da metade dos surtos nas fazendas estão concentrados na região de Pays de la Loire, com alta densidade de aves.
A França está testando vacinas em pássaros com patas palmadas, como patos e gansos. Ele espera convencer outros Estados membros da UE a ter uma abordagem comum, já que os produtores de aves temem as restrições comerciais frequentemente impostas à carne de animais vacinados.
A gripe aviária tem se espalhado globalmente, devastando bandos, com mais de 100 milhões de vítimas na Europa e nos Estados Unidos.
Embora o vírus seja inofensivo em alimentos, sua disseminação é uma preocupação para governos e indústria avícola devido à devastação que pode causar aos rebanhos, à possibilidade de restrições comerciais e ao risco de transmissão humana.
A França colocou o país em alerta “alto” para a gripe aviária no mês passado, forçando as granjas a manter as aves em locais internos. Também impôs medidas especiais, incluindo abates preventivos em certas regiões para evitar a propagação da doença.
(Reuters)