A produção de ração animal e sal mineral atingiu 81,5 milhões de toneladas em 2020, representando crescimento de cerca de 5% em comparação com o ano anterior. As informações são do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações).

Conforme comunicado da entidade, a expectativa para 2021 é de crescimento conservadora, da ordem de 2,3%, para 83,4 milhões de t. O sindicato, no entanto, não afasta a possibilidade de uma guinada na produção, assim como ocorreu em 2020.

Na projeção para este ano, o sindicato considera o “cenário macroeconômico estagnado; a desvalorização do real e a alta do dólar no ambiente doméstico; o demora nas reformas administrativa e tributária; o alto preço do milho e da soja e a disputa pelos grãos (ração animal e alimentação humana X etanol x biodiesel x exportações)”.

Além disso, conforme o Sindirações, o desemprego e a redução da renda das famílias são eventos sucessivos que, combinados com o aumento da pandemia e a falta de imunizantes para atender a demanda por vacinas, “eliminam a convicção otimista da rápida recuperação econômica e devem reduzir o desempenho registrado no ano passado”. O sindirações apresentou uma avaliação por setor:

Frango de corte – Apesar do estratosférico custo dos principais insumos (milho e farelo de soja, afora os aditivos importados e precificados em dólar), o auxílio emergencial e o persistente déficit interno chinês pelas carnes contribuíram na demanda por frango, e em consequência asseguraram avanço de 4% na produção de rações para frangos de corte durante o ano de 2020″. O elevado nível de preços do milho e farelo de soja demonstra resiliência e pode limitar em 1% o avanço da demanda por rações ao longo de 2021.

Galinha de postura – O crescente e contínuo alojamento de poedeiras, apurado em boa parte do ano passado, culminou na demanda de 7,2 milhões de toneladas de rações, avanço da ordem de 5%. Ao longo de 2021 a moderação no alojamento deve se ajustar naturalmente à demanda mais fraca e em consequência a produção de rações para galinhas de postura avançar 2% e contabilizar 7,3 milhões de toneladas no corrente ano.

Suínos – A demanda chinesa e o auxílio emergencial dinamizaram a cadeia produtiva que demandou 18,8 milhões de toneladas de rações para suínos em 2020. É provável que o ritmo contínuo ainda verificado nos embarques ao exterior permita estimar a produção de 19,3 milhões de toneladas e avanço de 3% durante o corrente ano.

Bovino de leite – O plantel de bovinos leiteiros demandou 6,4 milhões de toneladas durante o ano passado, um avanço da ordem de 3,1%. O encarecimento da alimentação dos animais por conta do forte aumento do preço do milho, farelo de soja e dos insumos importados ainda sem previsão de retrocesso pode limitar a produção das rações a 6,6 milhões de toneladas e culminar no avanço de pouco mais de 2% em 2021.

Bovino de corte – Durante o ano de 2020, a produção de rações e concentrados para bovinos de corte alcançou 5,48 milhões de toneladas e incremento de 6%. Considerando a continuidade do bom desempenho exportador da carne vermelha, é até provável apurar a produção de 5,73 milhões de toneladas, ou um avanço de 4,5%.

Peixes e camarões – O sucesso apurado por conta do sistema de produção integrado e a motivação das demais categorias de produtores que povoaram bastante impulsionou a produção de rações para peixes que somou 1,29 milhão de toneladas em 2020. Os efeitos da pandemia (prós e contra) também influenciaram sobremaneira a criação de camarões, cuja produção demandou 92 mil toneladas de rações. Os hábitos de consumo impostos pela pandemia podem levar à demanda de 1,46 milhão de toneladas de rações em 2021 e assim repetir o avanço da ordem de 6% apurado no ano passado.

Cães e gatos – À exemplo do setor de petshops que vendeu 13% mais, de janeiro a dezembro do ano passado, a demanda pela alimentação industrializada superou 10% e contabilizou 3,1 milhões de toneladas. A previsão para 2021 é produzir cerca de 3,23 milhões de toneladas e avançar outros 4,5%. (AE)