O juiz Sérgio Moro aceitou o convite para assumir a superpasta da Justiça no futuro governo de Jair Bolsonaro (PSL). A informação é do Estadão. Os dois se reuniram na manhã desta quinta-feira, 1º, no Rio de Janeiro. Na saída, o juiz estava acompanhado de Paulo Guedes, guru econômico do próximo presidente e futuro ministro da Economia.
O ministério pensado pelo próximo chefe do Executivo nacional prevê pasta mais abrangente, incluindo a área de Segurança Pública – que tem sob seu comando a Polícia Federal -, mais a Secretaria da Transparência e Combate à Corrupção, a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
O encontro ocorre três dias depois de Bolsonaro afirmar que pretende convidar o magistrado para assumir o ministério da Justiça. Moro é juiz da 13ª Vara Criminal de Curitiba, responsável pela primeira instância da operação Lava Jato, que condenou o ex-presidente Lula (PT).
Ministérios
Além da Justiça, algumas outras pastas serão fundidas, como a Economia, a ser comandada por Paulo Guedes. Ainda há definições a serem feitas, mas as junções de pastas será a tônica da reforma administrativa tocada pela equipe de Bolsonaro. A redução da estrutura do primeiro escalão foi uma promessa de campanha do presidente eleito.
No caso de unir Agricultura e Meio Ambiente, o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse na noite de quarta-feira, 31, que Bolsonaro ainda não definiu se vai unir em uma só pasta os ministérios. O recuo ocorre após protestos na Frente Parlamentar da Agricultura, a chamada bancada ruralista, que vê a ideia com desconfiança.
Pelo desenho atual, a gestão de Bolsonaro terá pelo menos 15 mistérios, o menor número desde o governo de Fernando Collor de Mello (1990 a 1992), que mantinha 16 estruturas.
Além da possibilidade de fusão entre Agricultura e Meio Ambiente, que ainda está em fase de avaliação, e da já anunciada unificação entre Fazenda, Planejamento, Indústria e Comércio Exterior, outra união envolve a Secretaria de Governo que deve se juntar à Casa Civil.
Outra mudança é a transferência da área de ensino superior para o Ministério de Ciência e Tecnologia, que terá à frente o astronauta Marcos Pontes, confirmado ontem por Bolsonaro. O Ministério da Educação, por sua vez, receberá a Cultura e o Esporte.
Permanecerão separados os ministérios da Defesa, Trabalho, Minas e Energia, Relações Exteriores, Saúde e o Gabinete de Segurança Institucional. A pasta dos Direitos Humanos perderá status e será incorporada ao Ministério do Desenvolvimento Social.