Por meio de suas assessorias de imprensa, a JBS e a Marfrig confirmaram nesta quinta-feira, ao Portal DBO, o fechamento temporário de unidades de abate localizadas no Brasil.

Ambas as empresas, porém, não associaram o encerramento das atividades nos abatedouros aos problemas gerados pelo avanço global do novo coronavírus. No entanto, fica praticamente impossível não ligar tal decisão à grave pandemia, já que o vírus se alastrou primeiramente pela China, disparado o maior cliente dos exportadores brasileiros de carne bovina.

Segundo informação de assessoria da Marfrig, “as atividades na unidade de Tucumã, no Pará, foram suspensas em 17 de março, em continuidade ao compromisso da companhia na busca por excelência operacional, priorizando plantas com maior capacidade, produtividade e melhores custos”. E enfatizou: (tal decisão) “nada tem a ver com o coronavírus”.

Por sua vez, a JBS informou, também por meio da assessoria, que concedeu “férias coletivas em 5 de suas 37 unidades de bovinos no Brasil por 20 dias, em resposta à menor demanda de exportação”. Embora também não tenha mencionado o problema do coronavírus, a assessoria da JBS admitiu que a decisão está ligada ao comportamento do mercado: “Essas suspensões temporárias são comuns em resposta às dinâmicas do mercado”.

A JBS não revelou os locais das unidades paralisadas, embora a reportagem da DBO tenha solicitado à assessoria informações além das expostas no breve comunicado oficial. Porém, no dia 17 de março, o jornal Valor Econômico soltou matéria contendo informações, obtidas com uma “fonte”, sobre as localidades de pelo menos três plantas das cinco paralisadas: “em Nova Andradina (MS), Alta Floresta (MT) e Juína (MT)”.

A Minerva Foods foi a primeira a anunciar oficialmente a suspensão de algumas operações de abate, em 23 de março. Na ocasião, a companhia relacionou a paralisação de quatro unidades no Brasil com o problema de coronavírus.

Segundo a empresa, trata-se de uma medida preventiva contra a transmissão do vírus, além de problemas logísticos relacionados à doença. Sendo assim, desde o dia 23 de março, foram paralisadas (e concedidas férias coletivas aos colaboradores) as unidades de abate em Janaúba (MG), José Bonifácio (SP), Mirassol D´Oeste (MT) e Paranatinga (MT). As paralisações devem durar entre dez e quinze dias, a depender da planta, disse a Minerva, à época.

Funcionários das áreas administrativas, dos escritórios da Minerva em São Paulo (SP) e Barretos (SP), passaram a trabalhar em regime remoto como medida preventiva. “A decisão também está alinhada à piora dos cenários doméstico e global, que inclui queda da demanda no segmento de ‘food service’ e limitações logísticas em diversas partes do mundo”, acrescentou a empresa. (DBO)