O governo de Santa Catarina pretende investir R$ 24 milhões para incentivar a produção de milho e cereais de inverno no estado, visando elevar a oferta ao setor de aves e suínos, informou a Secretaria da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural.
O governo de Santa Catarina informou que irá apoiar a aquisição de 200 mil sacas de semente de milho em todo o estado por meio do Programa Terra Boa e um investimento de R$ 23 milhões.
Outro R$ 1 milhão será investido em pesquisas para ampliar a área plantada de cereais de inverno no estado, em uma parceria entre a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc) e a Epagri.
“Estamos fazendo de tudo para que os produtores tenham acesso à tecnologia e possam ampliar a produção de milho e também investir na produção de cereais de inverno”, disse o secretário de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural, Altair Silva, em comunicado divulgado pela Secretaria da Agricultura na terça-feira (16).
“Precisamos encontrar soluções para nossas dificuldades reais. Nossa intenção é, já neste ano, aumentar a produção de cereais de inverno.”
Os custos de produção de frango de corte medidos pela Central de Inteligência de Aves e Suínos (Cias) da Embrapa acumulam alta de 12,02% nos dois primeiros meses do ano e os de suínos sobem 4,84%, refletindo a escalada nos custos de grãos para nutrição animal.
No primeiro bimestre, o custo de nutrição de frango de corte subiu 13,26% e o de suínos aumentou 4,53%. A Cias/Embrapa usa como referência os dados de Santa Catarina para o cálculo do ICPSuínos, e do Paraná para o do ICPFrango.
O estado de Santa Catarina, maior estado produtor de suínos do Brasil e o segundo na produção de frango, enfrenta déficit na produção de grãos.
Segundo o governo estadual, a estiagem prolongada e a cigarrinha do milho contribuíram para uma redução de 20% na safra do grão, e o estado deve colher 2,2 milhões de toneladas e importar mais de 5 milhões de toneladas de milho em 2021.
O milho responde por 40% do custo final de produção de aves, segundo a Associação Catarinense de Avicultura (Acav).
“Nós temos de buscar alternativas para que possamos superar este momento. O setor não suporta toda essa pressão de custos somada à alta da energia elétrica e do combustível. A iniciativa privada e o setor público têm buscado, juntos, alternativas urgentes para que possamos entrar em uma situação de equilíbrio”, disse o presidente da Acab, José Antônio Ribas Júnior, segundo o comunicado divulgado pelo governo de SC.
Ribas Júnior disse no início de fevereiro que frigoríficos de pequeno porte no estado corriam o risco de fechar operações diante do alto preço de grãos. (CarneTec)