Produtores e exportadores de grãos e carnes brasileiros foram convidados para uma conversa, ontem, com o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming. Segundo os participantes, ele garantiu que sua expectativa é estabelecer uma “relação de longo prazo” entre os dois países e destacou o potencial de crescimento no comércio bilateral.
O setor saiu tranquilizado do encontro, após ouvir do embaixador que a “China vai se basear na racionalidade científica e no esclarecimento dos fatos” para definir ações em meio à pandemia. Segundo um dos participantes, ele também afirmou que “os consumidores chineses têm confiança na carne brasileira”.
A videoconferência coletiva com entidades do setor foi a primeira desde a disseminação da covid-19 no mundo. O período foi marcado pela suspensão de exportação para a China de alguns frigoríficos, inclusive seis brasileiros, e pela suposta detecção de traços do novo coronavírus em embalagem de frango vendido aos chineses.
Larissa Wachholz, assessora especial do Ministério da Agricultura, disse ao Valor que Wanming deixou claro que as medidas implementadas pela China não são direcionadas particularmente ao Brasil. Segundo ela, o embaixador destacou a “parceria natural, estratégica e de alta complementaridade” entre as duas nações, com espaço para aumentar em novos setores, produtos e aberturas de mercado.
“Somos duas potências no setor agrícola e podemos aprender um com o outro. A China está disposta a fazer com que essa cooperação possa crescer ainda mais e subir a um novo patamar”, disse o embaixador, segundo nota divulgada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Wachholz, que coordena o Núcleo China junto ao gabinete da ministra Tereza Cristina, comentou ainda que a manutenção de um diálogo aberto será decisiva para ampliar essa relação. “Isso é muito valorizado na cultura chinesa e é algo que precisamos incorporar porque é positivo para todos os lados”. (Valor Econômico retransmitido pelo BeefPoint)