A principal reguladora de mercados de commodities dos Estados Unidos alertou bolsas e corretoras para que estejam preparados para volatilidade e possíveis preços negativos em certos contratos, em aviso que vem quase um mês após os futuros do petróleo nos EUA terem desabado para território negativo pela primeira vez na história.
No mês passado, o contrato mais próximo do vencimento dos futuros de petróleo nos EUA despencou para -37,63 dólares por barril, à medida que investidores em pânico buscavam sair de suas posições ao perceber que poderiam ser forçados a receber entregas físicas de petróleo sem ter lugar para armazenar os barris.
Detentores de contratos devem receber a entrega física de petróleo no centro de armazenamento de Cushing, em Oklahoma, mas os estoques locais foram rapidamente preenchidos à medida que a demanda no mercado caiu mais de 30%.
A Comissão de Negociações de Commodities e Futuros dos EUA, agência federal que supervisiona operações com futuros e opções, disse em uma carta com data de quarta-feira que operadores de bolsas e corretoras precisam avaliar seus controles internos de risco e proteger os mercados de manipulação.
O aviso vem às vésperas do vencimento, na próxima semana, do contrato do petróleo WTI dos EUA para entrega em junho.
“Nós estamos emitindo esse aviso devido à alta volatilidade, que não é usual, e à experiência de preço negativo vivenciada no contrato WTI com entrega física e contratos de referência relacionados em 20 de abril”, disse a CFTC no documento.
A CFTC disse a bolsas na carta que elas são responsáveis por prevenir manipulação e distorções de preços. O órgão também disse que as bolsas precisam de regras que as deem autoridade para liquidar ou transferir posições em aberto em um contrato em situações de emergência, ou potencialmente suspender operações com um contrato específico se necessário.
O regulador também disse que corretoras devem monitorar as contas de clientes para assegurar que eles não fiquem inadimplentes em suas posições ou fiquem aquém dos níveis exigidos de margens. (Reuters)