Implementar reformas e fortalecer parcerias comerciais são algumas das saídas para o Brasil amenizar os efeitos de uma possível recessão econômica nos Estados Unidos (EUA), alertam especialistas.
Eles não deixam de mencionar o papel das nossas reservas internacionais que, acumularam até novembro de 2018, US$ 379,7 bilhões, e que são importantes para mitigar uma eventual escalada do dólar em relação ao real.
“Temos dólares suficientes para atenuar qualquer ataque especulativo à nossa moeda”, diz o coordenador do curso de administração do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), Ricardo Balistiero.
Para ele, a economia norte-americana tem um encontro com a recessão, a qual, em suas projeções, deve chegar por volta de 2020.
“A economia dos EUA está super aquecida, mas isso não tem se revertido em aumento da arrecadação tributária, já que o [presidente Donald] Trump cortou os impostos pela metade. Isso só acelera o crescimento do déficit público”, destaca Balistiero.
Diante deste cenário, em algum momento o Federal Reserve (Fed) terá que elevar mais os juros, provocando efeitos recessivos. “O governo [Jair] Bolsonaro está em uma tendência de se alinhar com os EUA, mas não dá para comprar briga com quem compra muito da gente, que é o caso da China”, diz Balistiero. Apesar do seu processo de desaceleração, a China deve crescer por volta de 6,2% este ano.
O economista-chefe da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), Nicola Tingas, defende o mesmo. Para ele, o grande problema pode surgir em uma disputa com os chineses. “Nós exportamos US$ 66 bilhões e temos um superávit de US$ 21 bilhões com a China. Ela é o nosso principal parceiro comercial. Então temos que fortalecer as relações com ela e com os países árabes”, diz Tingas. Sobre isso, Balistiero acrescenta que, hoje, o Brasil vende US$ 20 bilhões por ano aos países árabes.