Gustavo Machado é consultor de mercado pela Agrifatto
Os preços pecuários seguem sustentados.
O movimento decorre das escalas curtas. Em São Paulo, as programações atendem 5 dias úteis, em média, (a mesma proporção para MG, GO e TO), e a referência de preços ao redor de R$ 146,00/@ à vista e livre de Funrural.
Rondônia e Pará exibem as programações mais estreitas, em torno de 3 dias. Já o Mato Grosso do Sul segue com disponibilidade melhor e escalas um pouco mais alongadas, média de 7 dias úteis.
Muito embora o MS conte com programações de abate maiores, a demanda paulista pela matéria prima naquela praça causou leve pressão positiva de 0,35% na comparação semanal.
Com relação à carcaça casada bovina, seu valor subiu 5,5% na primeira metade de fevereiro, gerando curva positiva ao spread com a arroba do boi gordo (a diferença entre o preço da carne vendida no atacado e do preço pago pela matéria-prima).
Assim, o consumo tem se mostrado como principal fator de suporte em fevereiro, especialmente na primeira quinzena do mês.
Atualmente, o preço da carcaça casada bovina no atacado está lateralizado, cotado, em média, em R$ 9,60/kg.
Além disso, os dados apontam para o spread retornando ao campo negativo (atualmente em -0,06% – gráfico 1), o que pode voltar a pressionar negativamente os valores no atacado no curto prazo.
Gráfico 1.
Spread das indústrias – Entre janeiro e parcial de fevereiro de 2018 (%).
Fonte: CEPEA / Agrifatto
O frango resfriado e a carcaça especial suína seguem com leve viés baixista, com última cotação com média de R$ 3,10/kg e R$ 5,30/kg respectivamente.
Por fim, no curto prazo os preços devem seguir sustentados, na esteira das escalas estreitas e dificuldade de compra da indústria. Além disso, pela conjuntura entre oferta restrita e expectativa de melhor consumo no início de março, o mercado pode registrar pressão positiva na próxima semana.
Esse contexto é indicado no mercado futuro pelo ágio entre os contratos de fev/18 e mar/18, com os preços em bolsa subindo 0,25% no pregão de hoje.