A receita líquida com a produção de soja em Mato Grosso, principal Estado produtor da cultura no Brasil, deve crescer 6,6% na safra de 2020/21, impulsionada pelo efeito do câmbio sobre os preços da oleaginosa, estimou o Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária (Imea) nesta quinta-feira.

Com base na produção que já está sendo comercializada antecipadamente para a próxima safra, a expectativa é que a receita líquida alcance cerca de 4,46 mil reais por hectare, ante a média de 4,18 mil reais registrada em 2019/20.

Os custos operacionais não tiveram variações expressivas no Estado entre a temporada de 2019/20 e a de 2020/21, e portanto, o avanço da receita se deve ao maior preço de venda da soja.

“O principal fator de impacto é o dólar”, disse o responsável pela análise de rentabilidade agropecuária no Imea, Emanuel Salgado, durante evento online.

A despesa com fertilizantes deve subir de 22% para 24% dos custos operacionais, enquanto o gasto com defensivos tende a cair um ponto percentual, para 24%. Os custos com sementes devem ficar estáveis em 9%, enquanto outras despesas têm avanço estimado de um ponto percentual, para 39%.

Dados do boletim mais recente do Imea indicam que a soja foi comercializada no valor médio de 97,47 reais por saca em Mato Grosso na última semana, 54,6% maior que o registrado em igual período da safra passada. (Reuters)