(Reuters) – O real foi destaque positivo nos mercados globais de câmbio nesta quinta-feira, escapando da depreciação que afetou outras moedas emergentes, conforme investidores se agradaram com o parecer sobre a reforma da Previdência, que elevou o otimismo do mercado quanto à potência fiscal do projeto.
O dólar à vista caiu 0,36%, a 3,8546 reais na venda. O real revezou com o rublo russo o posto de moeda com melhor performance nesta sessão.
No exterior, o dólar subia 0,05%.
Na mínima do dia, o dólar chegou a marcar 3,8350 reais. Mesmo tendo recuperado parte das perdas no fechamento, o dólar ainda terminou abaixo das médias móveis de 200, 100 e 50 dias, indicador técnico de tendência de baixa para a moeda norte-americana.
Na B3, o dólar futuro de maior liquidez cedia 0,31%, a 3,8595 reais.
“Isso se segue a uma quebra do canal de alta para o dólar iniciado em janeiro e um forte desvio da tendência de ganhos que durou seis meses”, afirmou Dimitri Zabelin, analista de câmbio do DailyFX.
Com base no parecer do relator Samuel Moreira (PSDB-SP), a reforma da Previdência deverá ter, ao longo de uma década, impacto fiscal em torno de 1,13 trilhão de reais. O relator afirmou que vai trabalhar para garantir que Estados e municípios sejam incluídos novamente na reforma.
“O relatório da Nova Previdência hoje é bastante positivo… e mantém a estrutura do projeto inicial do governo”, disse José Márcio Camargo, economista-chefe da Genial Investimentos.
Chama atenção a valorização do câmbio a despeito de nova rodada de firme queda nos juros futuros, o que indica risco de mais redução do diferencial de taxas entre Brasil e Estados Unidos —razão citada por muitos no mercado para explicar o dólar mais perto de 4 reais do que de 3 reais.
Para analistas, a confiança na materialização da agenda de reformas tem se sobreposto aos retornos inferiores à média histórica para o câmbio.