O volume de negócios com o boi gordo diminuiu consideravelmente nos últimos dias. Porém, JBS e Minerva deixam claro que diminuirão ainda mais os abates.

Dada a queda de 1,5% para os abates na comparação anual combinada à queda de preços no mercado interno, fica claro que a demanda doméstica não está boa e que as exportações não estão conseguindo enxugar a oferta.

Considerando possíveis paralisações previstas para setembro frente a um cenário de pouca oferta, questionamos: qual o fator preponderante para o atual cenário? Demanda ou oferta?

Em agosto o volume de oferta era pouco mais abundante, mas talvez não tenham ocorrido paralisações devido às exportações e ao dólar. Além disso, o passivo acumulado com as plantas que foram paralisadas em 2015 pesa nos custos fixos da indústria.

Em relação ao apurado em julho, as margens brutas da comercialização da carcaça saltaram de -9% para -6% em agosto. Entretanto, elas vêm de um longo período abaixo da média histórica.

Gráfico 1.
Evolução das margens da indústria com a comercialização da carcaça bovina (%).

Margem

Devido à completa falta de matéria prima no momento, a estratégia da indústria está sendo a tentativa de recompor as margens através da redução de sua atividade, o que tem enxugado a carne do mercado atacadista. Tal processo resulta no impedimento de novas altas para a arroba no curto-prazo.

Entretanto, como já aprendemos no passado, tal medida tem curta duração e implica em dificuldade de diluir custos fixos nas plantas.