Em entrevista concedida ao Giro do Boi desta terça, dia 03, a zootecnista Juliana Ferragute, gerente de produto corte da Genex, central de inseminação com sede em São Carlos, no estado de SP, falou sobre a renovação da genética do gado de corte brasileiro. De acordo com a especialista, que esteve presente na última Expogenética, em Uberaba-MG, os criadores estão menos resistentes ao uso de touros jovens.
Entre os motivos estão avanços nas avaliações genéticas, incluindo a popularização da genômica, que diminui os riscos no uso de animais jovens nos planteis. “Nunca foi tão fácil vender um touro jovem”, surpreendeu-se a zootecnista.
Mas qual o perfil destes animais responsáveis por renovar a genética do gado comercial brasileiro? Ferragute destacou que o touro moderno ideal é aquele que equilibra em seu fenótipo funcionalidades para reprodução, como boa pigmentação, bons aprumos, e características voltadas à produção de carne, uma boa carcaça. “Hoje a gente busca equilíbrio […] A gente tenta achar, com uma avaliação genética adequada, equilibrada, (touros com) fenótipo de produtor de carne. É isto que a gente quer ver em um touro quando ele está dentro da bateria da Genex, por exemplo. Um animal que realmente possa produzir carne, que tenha um fenótipo funcional, animal bem pigmentado, com bons aprumos”, resumiu.
A zootecnista fez recomendações aos produtores que se preparam para a a entrada da estação de monta, que tem início nos próximos dias em parte do país, e mostrou-se satisfeita com a percepção da importância do planejamento por parte dos produtores, com base no crescimento das vendas de sêmen no 1º semestre.
“Procurar um técnico que possa te orientar para a genética certa para o seu negócio. Existem diversas centrais no mercado, existem muitos touros bons no mercado, mas existe um certo para o seu negócio. Este passo é o mais importante, procurar um técnico agora, contar a sua história, o que produz, qual é sua realidade e encontrar o touro certo, a genética certa para o negócio específico porque a chance de sucesso é muito maior”, reforçou. “Depois, passada estação, planeje a genética um pouco antes (no próximo ano)”, acrescentou. (Canal Rural)