A província chinesa de Guangdong, no sul da China, suspendeu as importações de carne congelada, peixe e frutos do mar de países afetados pelo coronavírus, enquanto Pequim intensifica a análise de alimentos refrigerados como possíveis transmissores da covid-19, informa o Financial Times.
As autoridades de Guangzhou anunciaram no domingo a proibição temporária de locais onde o vírus está mais ativo, sem nomear países específicos, e ordenaram que todos os trabalhadores que entraram em contato com produtos congelados se submetessem a testes contra a covid-19.
Guangdong é a província mais populosa da China com 113 milhões de pessoas e é um importante centro de manufatura responsável por mais de um décimo do crescimento econômico do país. No primeiro semestre de 2020, Guangzhou, a capital da província, importou mais de US$ 665 milhões em carne, peixe e frutos do mar congelados.
Na semana passada, Shenzhen, a cidade de Guangdong na fronteira do continente chinês com Hong Kong, disse que encontrou em amostras de asas de frango congeladas importadas do Brasil o vírus.
O governo brasileiro rejeitou as alegações, apontando que especialistas da Organização Mundial de Saúde (OMS) disseram não haver evidências de que alimentos congelados ou suas embalagens fossem um fator de risco para a propagação do vírus.
Mas as autoridades chinesas continuam a levantar preocupações sobre o comércio de alimentos refrigerados. Desde o final de junho, quando a alfândega chinesa lançou uma ampla coleta de produtos importados, houve dez incidentes de produtos congelados ou com resultados positivos de embalagens, lembra o FT.
“No momento, há muito que ainda precisamos esclarecer, incluindo a fonte da infecção e a extensão da disseminação”, disse um funcionário da área de prevenção da cidade, que não quis ser identificado, à reportagem. “Como aconteceu em Shenzhen, um lugar com um grande fluxo de pessoas, estamos até certo ponto correndo contra o tempo.” (Valor Econômico retransmitido pelo BeefPoint)