A produção global de carnes irá crescer 19% até 2030, sendo que os países em desenvolvimento deverão suprir 77% desta demanda adicional, segundo projeções de um estudo da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) divulgado na quarta-feira (17).
Argentina, China, Brasil, Índia, México e Paquistão responderão pela maior parte da demanda adicional por carnes, enquanto os outros 23% do crescimento do consumo esperado serão supridos por países desenvolvidos.
A produção de carne de frango apresentará o maior crescimento até 2030, impulsionada pela demanda em expansão por esta proteína animal, segundo o relatório intitulado “Pecuária Global: Transformando a pecuária através dos objetivos de desenvolvimento sustentável”.
“A produção expandirá rapidamente nos países que produzem excedentes de grãos para alimentação”, disse a FAO sobre a produção de frango.
Já a demanda global por carnes deverá aumentar cerca de 1% por ano entre 2018 e 2030, sustentada principalmente pelo crescimento da população.
O relatório avalia que a atividade da pecuária é importante para a segurança alimentar e nutricional mundial, além de gerar renda e empregos, mas que pode contribuir ainda mais para o desenvolvimento sustentável ambiental e de comunidades.
Entre alguns desafios relacionados ao crescimento da produção pecuária, está a competição por terra para a produção de ração, que pode restringir a disponibilidade de recursos para produzir alimentos, segundo o diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva. Além disso, a concentração de mercado tende a prejudicar os pequenos produtores.
“Há também a necessidade urgente de cessar o uso impróprio de antimicrobianos na criação de animais”, disse Silva em comunicado.
Para superar os desafios, será necessário que países avaliem seus setores pecuários e desenvolvam políticas adaptadas às circunstâncias locais, designadas a garantir que os pequenos produtores possam também colaborar para o suprimento da demanda adicional de carne nos próximos anos, segundo a FAO. (AE)