Além de contribuir com o aumento do Índice de Desenvolvimento Humano, soja emprega direta e indiretamente mais de 13 mil pessoas no estado. A soja é o principal produto da agropecuária de Mato Grosso do Sul, correspondendo a 54% do Valor Bruto da Produção (VBP) do setor primário.
Nesta temporada 2022/23, o 10º Levantamento de Grãos da Conab, divulgado nesta quinta-feira (13) estima que o estado deva produzir 14.054,3 milhões de toneladas da oleaginosa. O resultado é 57% superior ao obtido na safra 2021/22, quando os impactos do La Niña castigaram as lavouras gaúchas, paranaenses e sul-mato-grossenses. Já a produtividade média está apontada em 3.723 kg por hectare (62 sacas), entre as maiores do país.
No entanto, não são apenas os produtores do grão que estão sendo beneficiados com esses índices. O Departamento Técnico do Sistema Famasul realizou o estudo “A importância do complexo soja para a economia de MS”. O documento mostra a importância do cultivo do grão para o sistema agroindustrial, o comércio exterior e o desenvolvimento socioeconômico do estado.
Índice de Desenvolvimento Humano
O analista de economia da Famasul, Jean Américo, afirma que esse estudo técnico busca evidenciar as questões econômicas e sociais, como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
“Fizemos uma correlação entre os municípios que mais produzem soja com o IDH. Identificamos que os municípios produtores são os que tem o maior índice de desenvolvimento humano”.
De acordo com a pesquisa, em uma escala de 0 a 1, a correlação foi de 0,7. O número evidencia a importância da produção da oleaginosa para o desenvolvimento municipal, conforme Américo.
Principais municípios produtores de soja
Os principais municípios produtores de soja apresentam os maiores IDHs do estado. É o caso de Maracaju, Ponta Porã, Sidrolândia e Dourados, que estão no grupo dos quatro maiores IDHs e entre os 10 maiores produtores de soja de Mato Grosso do Sul.
“Isso geralmente se dá pelos bons resultados nas lavouras daqueles municípios que trazem evolução diretamente aos moradores, gera empregos, faz a economia girar e afetam positivamente do pequeno ao grande empreendedor daquela cidade”, explica o analista.
O IDH médio de 0,526 é dos cinco últimos municípios na classificação do estado e apresentam as menores produções de soja na última safra, de acordo com os dados do Siga-MS.
Empregos diretos e indiretos
Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) apontam que os setores de “lavoras temporárias”, “moagem de soja” e “fabricação de óleo de soja” geram cerca de 3,3 mil empregos formais no estado.
“Temos tanto o impacto direto, que são os empregos gerados pela lavoura, como os impactos indiretos, que são questões como o transporte e as exportações. Tem todo um segmento que impacta direta e indiretamente nos empregos gerados pela produção de soja no estado”, diz Américo.
Já quando se leva em conta os empregos indiretos, conforme relatório do Departamento Técnico (Detec) do Sistema Famasul, são 10,3 mil cargos. Isso envolve as transportadoras, a fabricação de máquinas, o comércio, entre outros.
(Canal Rural)