O aumento da mistura de biodiesel ao diesel, se retomadas as proporções de 14% para janeiro e 15% a partir de março, acrescentaria 4 milhões de toneladas de farelo de soja à produção brasileira em 2023, que totalizaria 43 milhões de toneladas, afirmou a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) nesta segunda-feira.
Na semana passada, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) decidiu manter a atual mistura de 10% de biodiesel no primeiro trimestre do ano que vem, contrariando as expectativas dos produtores, que esperavam aumento do mandato.
Como o biodiesel é produzido a partir do esmagamento da soja, ele beneficia indiretamente a produção de carnes, uma vez que um maior processamento gera mais farelo de soja, matéria-prima da ração para aves e suínos.
A retomada da mistura do biodiesel em 2023 também pode incrementar a produção de óleo de soja em mais de um milhão de toneladas, chegando a 11,3 milhões.
Se o B10 for mantido, este volume deve ficar em 10,1 milhões, segundo a Abiove, citando dados apresentados no seminário da Frente Parlamentar Mista do Biodiesel (FPBio), em Brasília.
Na última sexta-feira, o presidente Jair Bolsonaro vetou parcialmente a decisão do CNPE, anulando a autorização para inclusão de novas rotas de biodiesel no programa RenovaBio, mas manteve a proporção de 10% de janeiro a março.
(Reuters)