(Reuters) – A peste suína africana irá reduzir a produção de carne suína da China, maior produtora global, em ao menos 20% em 2019, disse a agência de alimentos da Organização das Nações Unidas nesta quinta-feira, que dobrou uma projeção feita há seis meses atrás.
A doença tem dizimado o rebanho suíno chinês desde agosto do ano passado, pressionando os preços da carne de porco no país para máximas recorde e ao mesmo tempo redefinindo os mercados globais de carne e ração.
Com o vírus se alastrando também por países vizinhos, como Vietnã, Laos, Mongólia e Camboja, a Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO) da ONU espera que a produção global de carne suína caia 8,5% neste ano, para 110,5 milhões de toneladas (tonelada equivalente carcaça).
Em maio, a FAO havia projetado que a produção chinesa de carne de porco cairia ao menos 10%.
A queda na produção asiática de carne suína deverá impactar o uso de milho e oleaginosas para produção de ração, acrescentou a FAO.
“O comércio mundial de carne e derivados está previsto em 36 milhões de toneladas em 2019, um aumento de 6,7% em relação a 2018, impulsionado principalmente pelo aumento das importações da China devido ao aperto doméstico causado por perdas de produção relacionadas à peste suína”, afirmou a FAO.
As importações de carne da China devem aumentar em cerca de 2 milhões de toneladas, ou cerca de 35%, este ano, com o aumento das compras em todas as categorias de carne.
Por outro lado, espera-se que vários países importem menos carne, incluindo os Estados Unidos e Angola.